O chefe do executivo português vai também estar presente num almoço oferecido pelo rei de Marrocos, Mohammed VI, aos chefes de Estado e de Governo que participam na conferência do clima promovida pelas Nações Unidas.
António Costa terá depois uma reunião com o seu homólogo marroquino, Abdelilah Benkirane, na residência oficial do Governo.
Após este encontro, o primeiro-ministro discursará na COP22, na qual terá uma intervenção em que, segundo fonte do executivo, se espera que faça a defesa de uma "rápida aplicação dos mecanismos previstos no Acordo de Paris" para o combate ao aquecimento global, depois de Portugal ter sido um dos países que esteve "na linha da frente" dos processos de ratificação interna.
No domínio ambiental, o Governo português pretende seguir um percurso de descarbonização total da economia até 2050, estando previsto que, em breve, se inicie a revisão do Roteiro Nacional de Baixo Carbono, a concluir até 2018 - uma meta que decorre do próprio Acordo de Paris.
Nesta conferência, a comitiva do Governo integra o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro.
Em Marraquexe estará também presente, até sexta-feira, uma delegação da Assembleia da República composta por um deputado de cada grupo parlamentar: Berta Cabral, pelo PSD, Maria da Luz Rosinha (PS), Pedro Soares (BE), Álvaro Castello-Branco (CDS-PP), Virgínia Pereira (PCP), José Luís Ferreira (“Os Verdes”) e André Silva (PAN).
O Acordo de Paris, que entrou em vigor a 4 de outubro, estipula a meta de não ultrapassar os dois graus Celsius (ºC) de aquecimento global no final do século e tem como objetivo limitar a subida da temperatura a 1,5ºC para manter um risco mais baixo de alteração do clima.
A cimeira COP22 iniciou-se em Marraquexe no passado dia 7 e junta cerca de 20 mil pessoas de todos os continentes. Além das questões em torno dos processos de ratificação nacionais do Acordo de Paris, as diferentes delegações ainda têm de chegar a entendimentos sobre o modo de tornar esse acordo operacional, nomeadamente no que se refere à definição de regras de transparência, à apresentação de estratégias nacionais até 2050 e, também, em matéria de ajuda financeira aos países em desenvolvimento.
No plano das relações luso-marroquinas - e reflexo da prioridade diplomática portuguesa -, a deslocação a Marrocos de António Costa acontece depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, ter estado neste país em fevereiro e de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em junho, ter realizado uma visita oficial, durante a qual se encontrou com o rei Mohammed VI em Casablanca.
Comentários