António Costa, que hoje participou em Torres Novas (distrito de Santarém) na receção de contributos dos militantes para a moção política que apresentará ao congresso agendado para 25 a 27 de maio na Batalha (Leiria), intitulada "Geração 20/30", afirmou que este é “o momento certo para começar a preparar o próximo ciclo”, marcado por eleições, em 2019, para o Parlamento Europeu, para a Assembleia Legislativa da Madeira e para a Assembleia da República.

“Se hoje podemos dizer com orgulho que estamos a cumprir e cumpriremos todos os compromissos que assumimos com os portugueses, é porque tivemos o cuidado de preparar bem”, declarou, depois de Mariana Vieira da Silva, coordenadora global da sua moção, ter sintetizado os contributos recebidos para as quatro áreas definidas como estratégicas (alterações climáticas, sociedade digital, demografia e combate às desigualdades).

António Costa lembrou que “muita gente criticou” o quadro macroeconómico que apresentou na última campanha eleitoral, “de uma forma original”, e que deu “muito trabalho a explicar” e “alguns dissabores”, mas que, “olhando para trás”, foi “a base sólida” que permitiu ao partido cumprir aquilo a que se tinha comprometido e, simultaneamente, conseguir “o maior crescimento desde o início do século, a maior redução do desemprego das últimas décadas e o défice mais baixo da democracia” portuguesa.

“Fizemos bem em fazer as contas primeiro, porque com contas certas podemos programar e cumprir aquilo que prometemos”, declarou na sessão que decorreu ao final da tarde, no Teatro Virgínia.

Afirmando que o próximo congresso constitui “uma grande oportunidade”, Costa pediu que em vez de 80% do tempo do encontro ser dedicado “a dizer como o Governo é excelente e 20% a sublinhar o que o Governo ainda não fez”, se aproveite para, “em vez de olhar para o problema do dia a dia e para o dia de amanhã, olhar para o médio e para o longo prazo, para as grandes questões estratégicas que se colocam ao país”.

Para o recandidato a secretário-geral do PS, o momento para aprovar o programa eleitoral do partido às eleições legislativas de setembro ou outubro de 2019 só deverá acontecer numa convenção a realizar em “junho ou julho”, antecedida de uma outra, em janeiro, “especificamente dedicada ao futuro da Europa”, para preparar a candidatura às eleições europeias de março.

António Costa afirmou que o título escolhido para a moção, “Geração 20/30”, tem um “duplo sentido”, ao apontar para a próxima década e ser “um desafio geracional”, cabendo à sua geração “preparar o país” para que a geração mais nova tenha “todas as oportunidades para se realizar plenamente”.

Cada área da sua moção é coordenada por um professor universitário, sendo Rui Pena Pires, membro do Secretariado Nacional do PS e docente do ISCTE, coordenador do tema do combate às desigualdades, Maria Luís Rocha Pinto, da Universidade de Aveiro, coordenadora da questão da demografia, enquanto o docente do Instituto Superior Técnico Arlindo Oliveira é o responsável pela área da sociedade digital e Júlia Seixas, da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, da relativa aos desafios das alterações climáticas.

Costa afirmou que, além dos contributos recolhidos hoje, a sua moção continua aberta a sugestões ‘online’, comprometendo-se a ir a todas as regiões do país apresentar a sua candidatura, que tem como mandatário Alberto Arons de Carvalho, fundador do PS, e como diretor de campanha, Duarte Cordeiro.