Estes encontros bilaterais de António Costa, segundo fonte oficial do executivo português, inserem-se na preparação da próxima reunião do Conselho Europeu, nos próximos dias 17 e 18 em Bruxelas, e destinam-se a alcançar rapidamente um acordo em torno das propostas da Comissão Europeia de Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027) e de fundo de recuperação económica e social - programa este que envolve 750 mil milhões de euros.

No início da próxima semana, António Costa recebe em São Bento Pedro Sánchez e Giuseppe Comte, líderes de governo de dois dos países mais atingidos pela covid-19 e que têm estado na mesma linha política de Portugal em defesa de uma resposta ambiciosa da União Europeia para fazer face às consequências sanitárias, económicas e sociais da pandemia.

Depois, quatro dias antes da reunião do Conselho Europeu, António Costa encontra-se com Mark Rutte, primeiro-ministro de um dos Estados-membros que mais se têm levantado obstáculos às propostas da Comissão Europeia, juntamente com a Áustria, Dinamarca e Suécia.

Apesar das diferenças de posicionamento entre Portugal e a Holanda na União Europeia, António Costa tem uma boa relação pessoal com Mark Rutte, tendo já sido recebido em Haia no início do seu mandato como primeiro-ministro, em 2016. Por sua vez, o chefe do Governo holandês também já realizou uma visita oficial a Portugal.

Na quarta-feira, António Costa esteve com Pedro Sánchez em Badajoz e Elvas, na cerimónia de reabertura da fronteira terrestre entre Portugal e Espanha, em que também participaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o rei espanhol, Filipe VI.

Tendo ao seu lado o presidente do Governo espanhol, o primeiro-ministro defendeu que, se houver racionalidade no Conselho Europeu, então Holanda, Suécia, Dinamarca e Áustria estarão também empenhadas num acordo em torno da proposta da Comissão para a criação de um fundo de recuperação.

"Partindo do princípio de que todos são racionais, não vejo nenhuma razão para que a Holanda, a Suécia, a Áustria e a Dinamarca estejam menos empenhadas do que nós estamos na recuperação económica do conjunto da Europa", declarou António Costa em resposta aos jornalistas no Castelo de Elvas, distrito de Portalegre.

Questionado sobre as dificuldades que Espanha e Portugal enfrentam para conseguir ver aprovadas em Conselho Europeu as propostas de fundo de recuperação (no valor de 750 mil milhões de euros) e de Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027), o primeiro-ministro português começou por observar que "a União Europeia é feita a 27 e há pontos de vista diversos".

"Aquilo que todos temos de perceber é que esta não é uma crise de uns países, sendo antes uma crise global de toda a União Europeia. Aliás, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE) são muito claras: Não há nenhum país da União Europeia que não vá sofrer uma crise económica muito importante", argumentou.

Com o chefe do Governo espanhol a escutá-lo, António Costa defendeu depois que, para que os Estados-membros possam sair em conjunto da atual crise, "é preciso juntar as sinergias que o mercado interno desta União Europeia constitui".

"E isso é tão importante para Portugal como para a Holanda, tão importante para a Espanha como para a Suécia, tão importante para a Itália como para a Dinamarca, tão importante para a Alemanha como para a França - é fundamental para todos", argumentou.

Em sucessivas intervenções públicas, o primeiro-ministro tem considerado essencial que se alcance um acordo entre os 27 Estados-membros já no próximo Conselho Europeu, advertindo que um atraso deixará os países sem qualquer apoio ao longo de quase um ano de pandemia de covid-19.

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