Falando aos jornalistas no Palácio de Justiça antes de entregar as listas de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa, João Cotrim de Figueiredo reagiu ao 39.º Congresso do PSD, que decorreu este fim de semana em Santa Maria da Feira (Aveiro), afirmando que “esperava mais”, sobretudo no que se refere ao discurso de encerramento de Rui Rio.
“Embora tenha coincidido no diagnóstico — um diagnóstico bastante duro — não houve realmente propostas concretas que daí tenham saído. E, portanto, é um bom princípio que tenhamos um diagnóstico comum, é um bom princípio de conversa, relativamente à terapia, não podemos ter um diagnóstico de fratura exposta e depois a terapia ser cautelas e caldos de galinha”, referiu.
Segundo o líder liberal, é preciso ser “muito mais determinado” e “muito mais assertivo nas políticas alternativas” que devem ser propostas face ao Governo do PS.
Cotrim de Figueiredo descartou, no entanto, que essas divergências possam ter um impacto sobre um entendimento pós-eleitoral entre a IL e o PSD, salientando que, “quando se constrói uma alternativa”, é necessário focar-se “naquilo que é comum”, caso contrário, “não vai haver entendimento”.
Frisando que, no dia 30 de janeiro, os portugueses vão escolher “quanta força querem dar à Iniciativa Liberal para que possa estar numa eventual mesa de negociações”, Cotrim de Figueiredo considerou que a reunião magna social-democrata foi positiva porque permitiu ao PSD clarificar a sua “posição ideológica”.
“Ao dizer que não é liberal, está a dizer exatamente às pessoas que têm ideias liberais, que confiam na nossa mensagem, que só têm uma alternativa, que é votar na IL”, indicou.
Cotrim de Figueiredo considerou assim que, à medida que “alguns dos partidos tomam as suas posições”, se destaca cada vez mais a “clareza, a coragem a determinação com que a Iniciativa Liberal defende as suas ideias”.
“Obviamente que, num contexto de negociação, não levará avante em todas, evidentemente — é esse o significado da negociação — mas quem votar na IL faz aquilo já fizeram aqueles que votaram em 2019: entregar o seu voto e a sua confiança a alguém que vai honrar esse mandato, que vai defender na Assembleia da República exatamente aquilo que consta no seu programa”, disse.
Poucos minutos antes de entregar as listas no Palácio de Justiça -, João Cotrim de Figueiredo chegou ao local por volta das 12:45, estando o tribunal fechado para almoço até às 13:30 -, o líder liberal considerou que se trata de “um dia com certo simbolismo”, dado que a IL concorre à sua segunda eleição legislativa, esperando “dar um salto qualitativo importante”.
Cotrim de Figueiredo destacou que as listas da IL são compostas por “gente muito qualificada”, “nova”, designadamente no que se refere a independentes “que não estavam na atividade política” e que viram no projeto do partido “interesse e credibilidade suficiente para emprestarem o seu nome e o seu prestígio a estas candidaturas”.
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