O dinheiro será usado para levar equipamentos, remédios e comida às camadas de população mais desfavorecidas da república islâmica, garante o Banco Mundial.
O anúncio surge numa altura em que aumenta todos os dias o número de infetados no país, enquanto crescem as críticas da comunidade internacional pela maneira como o primeiro-ministro Imran Khan tem lidado com a propagação da pandemia.
Apesar de ter fechado as fronteiras com o Afeganistão e o Irão, um dos países mais afetados do mundo pelo coronavírus, o Paquistão autorizou a realização, em Lahore, de um encontro de dezenas de milhares de clérigos islâmicos de todo o mundo, durante três dias, numa altura em que a pandemia progredia em diversos países da região.
Pelo menos 200 clérigos acabaram a cumprir quarentena num campo nos arredores da cidade, e há registo de diversos infetados que regressaram aos respetivos países, nomeadamente na faixa de Gaza, Palestina.
O Paquistão continua também a permitir a realização de cerimónias religiosas que atraem às mesquitas milhares de pessoas, por não querer entrar em conflito com os clérigos conservadores.
A proximidade do Irão, onde há quase 40 mil infetados e mais de duas mil vítimas mortais, parece ser agora a grande preocupação do governo paquistanês, que só agora avançou com o “lockdown” encerramento do país, como tem sido reclamado pelas autoridades de saúde pública internacionais, que deverá durar até 14 de abril.
A China tem sido até aqui o principal apoio internacional do Paquistão, no âmbito do projeto One Belt, One Road, enviando material, mantimentos e profissionais de saúde, um apoio que a comunidade internacional segue com alguma desconfiança, devido aos planos chineses para a região.
O projeto chinês One Belt, One Road (OBOR) procura desenvolver redes de cooperação, comércio e infraestruturas entre a Ásia, África e Europa através da criação de um cinturão económico da Rota da Seda e de uma Rota Marítima da Seda.
Apresentado em 2013, o projeto tem levado a China a implantar-se como a principal potência comercial, através da assinatura de contratos de cooperação com os países destas regiões.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 57 mil.
Dos casos de infeção, mais de 205 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 587 mil infetados e quase 42 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 14.681 óbitos em 119.827 casos confirmados até hoje.
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