A terceira dose da vacina contra a covid-19 começa a ser administrada aos mais idosos a partir da próxima semana, sendo depois alargada por ordem decrescente às pessoas até aos 65 anos. Mas, em declarações ao Público, o epidemiologista e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Manuel Carmo Gomes defende que, depois das pessoas com mais de 65 estarem vacinadas, os profissionais de saúde também deviam receber uma dose de reforço da vacina.

“A proteção que as vacinas conferem contra doença grave e hospitalizações é muito alta - entre 85 a 95% -, mas nos maiores de 80 anos está mais próxima dos 85% do que dos 95%. O decaimento desta proteção ao longo do tempo é ligeiro, mas é maior nos maiores de 80 anos”, explica o epidemiologista, justificando que “abaixo dos 65 anos não existe evidência suficiente para dizer que há um benefício claro da dose de reforço, pelo menos para já”.

Quanto aos profissionais de saúde, dar uma terceira dose faz sentido porque, segundo o epidemiologista, “são os que tomaram a vacina há mais tempo, alguns já foram vacinados há nove meses, e porque estão mais expostos à infeção”.

Se “decaimento da proteção das vacinas” contra doença grave ao longo do tempo é ligeiro, até porque “as vacinas induzem memória imunológica”, é mais significativo no caso da infeção, reitera. No início [14 dias após a segunda dose da vacina], a proteção contra a infeção é muito alta – cerca de 90% -, mas com o tempo vai decaindo e, ao fim de cinco ou seis meses, ronda 60% a 75%”, explica, salientando que esta quebra é mais expressiva nos mais idosos.

António Lacerda Lopes, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, anunciou no inicio esta semana que na próxima segunda-feira os idosos com mais de 80 anos e residentes em lares iam começar a receber a respetiva dose de reforço, porém, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) ainda não atualizou norma da campanha de vacinação.

Sobre o atraso, o secretário de Estado justificou que “há sempre ajustes técnicos a fazer” e que estas doses vão ser administradas em centros de saúde e de vacinação, pelo que 339 centros vão continuar em funcionamento.

De acordo com a publicação, se esta “nova fase” avançar nos moldes anunciados, vai incluir uma percentagem significativa da população residente em Portugal, cerca de 2,3 milhões de pessoas.

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