Num vídeo divulgado hoje, a porta-voz do partido indicou que “o CDS saúda” as medidas excecionais apresentadas na sexta-feira à noite pelo primeiro-ministro, mas notou que são “insuficientes num contexto de estado de emergência para minimizar os danos que a atual situação está a causar às famílias e às empresas portuguesas”.
Cecília Anacoreta Correia antecipou que “avizinham-se tempos muito difíceis do ponto de vista social e económico”, e salientou que “é importante fazer diferente” e que “pode fazer-se melhor”.
“Neste quadro de emergência nacional, o CDS reclama do Governo humanismo nas medidas que vierem a ser adotadas para que nenhum português fique para trás”, considerou a porta-voz, apontando que “o Governo escolheu a via do adiamento do pagamento de impostos e de mais endividamento para as empresas”.
Na ótica dos centristas, isto torna-se “desadequado num momento em que, sobretudo as pequenas e médias empresas, se encontram paradas a acumular prejuízos”.
“É urgente fazer um choque de tesouraria para que as empresas não fechem portas, é urgente apoiar os trabalhadores para não perderem os seus empregos, sobretudo os precários, é urgente prever medidas de apoio aos milhares de profissionais liberais e prestadores de serviços a recibos verdes e aos empresários, que encerram os seus estabelecimentos mas mantêm os encargos e não têm como pagar salários”, defendeu.
Cecília Anacoreta Correia observou também que “é urgente reforçar o apoio às IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e ao setor social para que não lhes falte meios para ajudar quem mais precisa”.
“Fazer face a esta crise implica também encontrar respostas prontas a estas inquietações que afetam centenas de milhares de famílias e de cuja serenidade e tranquilidade depende também o sucesso de todos”, indicou.
A porta-voz do CDS-PP anunciou ainda que “apresentará durante a próxima semana um conjunto de medidas complementares de apoio à economia, como um contributo para a ação governativa”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 12.000 morreram.
Em Portugal, de acordo com os dados hoje divulgados há 12 mortes e 1.280 infeções confirmadas.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até 02 de abril.
Sexta-feira, o Governo voltou a reunir-se em Conselho de Ministros para debater as medidas de apoio social e económico para a população afetada pela pandemia da covid-19, depois de na quinta-feira ter apresentado um primeiro lote de medidas de concretização do estado de emergência.
No Conselho de Ministros de sexta-feira foram aprovadas medidas como a prorrogação automática do subsídio de desemprego, bem como do complemento solidário para idosos e do rendimento social de inserção.
Entre as medidas anunciadas estão a suspensão da caducidade dos contratos de arrendamento, o adiamento para o segundo semestre do ano do pagamento do IVA e do IRC, que teria de ser pago nos próximos meses, e um conjunto de linhas de crédito acessíveis às empresas, "sob condição de manutenção do emprego", cujo valor não revelou.
O Governo decidiu criar, também, um "gabinete de crise" para lidar com a pandemia da covid-19, que integra os ministros de Estado, da Saúde, da Administração Interna, da Defesa Nacional e das Infraestruturas.
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