Após um mês do lançamento da maior campanha de vacinação da história do país, este número representa apenas cerca de 3% da população norte-americana, de acordo com as mesmas fontes.

De acordo com os especialistas, a imunidade de grupo é alcançada quando cerca de 75% da população está vacinada.

O número apresentado hoje pelas autoridades sanitárias reflete o grande desafio, em grande parte logístico, que os EUA enfrentam para superar a atual crise, num momento em que o país atravessa a fase mais letal da pandemia, que parece não dar sinais de abrandamento.

As mortes por covid-19 têm vindo a aumentar de forma acentuada nos últimos dois meses e meio (nas últimas 24 horas foram 4.327 óbitos) no território norte-americano e os novos casos diários de infeção pelo novo coronavírus rondam, em média, os 250 mil.

No total, as vítimas mortais registadas no país já são mais de 380 mil, segundo a universidade norte-americana Johns Hopkins, um indicador que cada vez mais se aproxima do número de norte-americanos mortos durante a Segunda Guerra Mundial (cerca de 407.000).

Já os casos de infeções, desde o início da pandemia, já superam os 22 milhões.

A administração cessante do Presidente Donald Trump traçou a meta ambiciosa de ter administradas 20 milhões de injeções da vacina contra a covid-19, ou seja, o dobro do valor hoje divulgado, antes do final de dezembro.

Segundo os mesmos planos, os EUA têm como meta oficial a imunização de 100 milhões de pessoas antes do final do primeiro trimestre de 2021, no final de março, daqui a cerca de dois meses e meio.

Na passada sexta-feira, o Presidente norte-americano eleito, Joe Biden, chegou a afirmar que a distribuição das vacinas contra a covid-19 por parte da administração Trump está a ser uma farsa.

“As vacinas dão-nos esperança, mas a distribuição tem sido uma farsa”, afirmou Biden, que irá tomar posse no dia 20 de janeiro, citado pela agência France-Presse (AFP).

Neste momento, duas vacinas, Pfizer/BioNTech e Moderna, estão autorizadas nos Estados Unidos.

As duas vacinas são administradas em duas doses, com um intervalo de tempo de três ou quatro semanas, respetivamente.

No total, mais de 29,3 milhões de doses foram distribuídas em diferentes estados norte-americanos, segundo informações hoje disponibilizadas pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, a principal agência federal de saúde pública dos EUA.

Um dos aspetos que está a atrasar a campanha são as falhas registadas na distribuição das vacinas.

O Departamento de Saúde norte-americano anunciou, entretanto, que não vai reter doses para as segundas injeções, de forma a inocular o maior número de pessoas nesta fase.

A produção é agora “suficientemente previsível” para distribuir imediatamente as doses na totalidade, segundo referiu a mesma fonte.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 1.963.557 mortos resultantes de mais de 91,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.