“Os estudos indicam que nem sequer é o setor [restauração] mais vulnerável em termos de disseminação e propagação do novo coronavírus. O que significa que estamos a impor restrições absurdas ao fim de semana, sobretudo, algumas durante a semana, com impacto económico fortíssimo na restauração, hotelaria, eventos, se quem haja justificação”, afirmou, à saída da reunião com especialistas em saúde pública, no Infarmed, Lisboa.
O partido de André Ventura promoveu na terça-feira uma “Intimação para Proteção dos Direitos, Liberdades e Garantias”, tendo como “principal fundamento a desproporcionalidade da medida decidida em sede de Conselho de Ministros”, referindo-se ao confinamento decretado pelo Governo, a partir das 13:00 horas no sábado e no domingo, à semelhança do fim-de-semana passado.
“O Chega não deixa de condenar que, quer o Presidente da República, quer o primeiro-ministro, voltem a lançar e deixar no ar o fantasma de um confinamento geral absoluto. É mau para os portugueses, para a sociedade, para a economia, para a saúde pública. Gera enorme clima de incerteza. Parece que estão desejosos para levar o país para um novo confinamento geral”, continuou.
O deputado único do Chega anunciou ainda que vai votar “contra este novo estado de emergência”, na sexta-feira, depois de se ter abstido na última vez.
André Ventura realçou ainda a “quebra na confiança nas instituições”.
“Os portugueses estão a confiar menos na saúde. Há 40% dos portugueses que tendem a confiar cada vez menos na capacidade de resposta dos serviços de saúde”, lamentou, salientando o “número de consultas desmarcadas e adiadas”.
As reuniões sobre a evolução da pandemia da covid-19 em Portugal, que juntam políticos, especialistas e parceiros sociais, foram hoje retomadas, no Infarmed, em Lisboa.
A última destas reuniões realizou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Porto, no dia 07 de setembro, após terem estado interrompidas cerca de dois meses.
Portugal contabiliza pelo menos 3.632 mortos associados à covid-19 em 236.015 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos. A medida abrange 191 concelhos.
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