Na quarta-feira, o representante dos trabalhadores das empresas do parque industrial tinha dito que já havia mais de 300 trabalhadores temporários despedidos desde o início da pandemia, mas hoje esclareceu que esse número já foi largamente ultrapassado e que neste momento “já há mais de 500 trabalhadores temporários despedidos”, num universo de cerca de 10.000 trabalhadores de diversas empresas instaladas no Parque Industrial da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, a entidade coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa denunciou o "despedimento generalizado de trabalhadores com contrato temporário" e a "aplicação de 'lay-off' em várias empresas", desde o passado dia 16 de março, e defendeu que as medidas anunciadas pelo Governo nos últimos dias não só não protegem os trabalhadores precários, como também penalizam mais os trabalhadores do que as empresas.

"As medidas tomadas pelo Governo, a aplicação de 'lay-off' simplificado, penalizam mais trabalhadores e Segurança Social", referia o comunicado, salientando a isenção de impostos para as empresas, designadamente no que respeita à TSU (Taxa Social Única)", mas não para os trabalhadores, que continuam a ter de pagar o IRS (Imposto sobre Rendimento de Singulares).

A entidade que coordena as Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa alertava ainda que a isenção da TSU teria como consequência uma descapitalização da Segurança Social.

Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.