"Devido aos desenvolvimentos da última semana dos casos do Covid-19 em Portugal, tomámos a decisão de adiar o evento, a pensar na segurança dos expositores e visitantes e também no interesse dos expositores, na medida em que a situação atual irá seguramente afetar a afluência dos visitantes e consequentemente os resultados da feira", afirma José Frazão, CEO da Exposalão e promotor do evento, citado num comunicado enviado à agência Lusa.

A direção do Exposalão, situado na Batalha, no distrito de Leiria, decidiu adiar a feira para de 24 a 26 de setembro.

"Apesar de difícil, pensamos ser a decisão mais sensata e responsável para todos. A feira está muito interessante, com massa crítica ao nível das empresas e marcas presentes e não queremos hipotecar o seu sucesso devido a esta contingência", lê-se no comunicado.

A Feira 3D ADDITIVE EXPO e da I4.0 EXPO, a primeira do género a realizar-se em Portugal, vai contar com a participação de uma centena de empresas multinacionais, numa área de 10 mil metros quadrados.

No Exposalão - Centro de Exposições da Batalha, os visitantes vão poder encontrar soluções de aplicação de fabrico aditivo e impressão 3D em vários setores de atividade, como a indústria dos plásticos e moldes, engenharia automóvel e aeroespacial, eletrónica de consumo, setor médico e odontológico, bem como relojoaria e joalharia.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro de 2019, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.

Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

Para tentar travar a epidemia, o Governo de Roma colocou cerca de 16 milhões de pessoas em quarentena no Norte do país, afetando cidades como Milão, Veneza ou Parma.

Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no domingo.

Todos os infetados, 18 homens e 12 mulheres, estão hospitalizados.

A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário no Norte, bem como duas escolas na Amadora e uma em Portimão.

Em Felgueiras e Lousada, foram encerrados ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas, além de todas as escolas.

Os residentes naqueles dois concelhos do distrito do Porto foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou no domingo um período de isolamento de duas semanas em casa, depois de ter estado com alunos de uma escola de Felgueiras onde foi detetado um caso de infeção.

Apesar de não ter sintomas da doença, Marcelo Rebelo de Sousa, 71 anos, fez o teste, que deu negativo.