O caso foi também denunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), que confirmou à Lusa que a trabalhadora não-docente da Escola Secundária Amélia Rey Colaço, em Linda-a-Velha, Oeiras esteve a trabalhar até ao final da semana passada.
"Em relação a esta escola, exige-se, agora, que sejam tomadas todas as medidas previstas pela DGS, que impõem o isolamento de quem contactou com a trabalhadora e, no mínimo, pela realização de testes a toda a comunidade escolar", defende a Fenprof em comunicado.
Segundo Luís Esteves, da STFPSSRA, a escola foi informada durante a manhã de hoje sobre o caso, mas as aulas continuaram a decorrer. "Não conseguimos compreender como é que a escola continua a trabalhar normalmente", confessou o dirigente sindical.
Em resposta à Lusa, o Ministério da Educação esclareceu que, segundo a direção da escola, "a funcionária em causa não esteve ao serviço no retomar das aulas presenciais e todas as normas de saúde e de segurança foram devidamente seguidas".
A reivindicação da realização de testes de despistagem da doença covid-19 não é nova e na semana passada a Fenprof entregou no parlamento uma petição nesse sentido, que reuniu 4.500 assinaturas.
Em reação a este caso em Oeiras, no distrito de Lisboa, a federação volta a reforçar essa necessidade, afirmando que a estratégia não pode ser a de "ir sabendo a 'conta-gotas'" e que "não é tarde para realizar o rastreio".
"Apesar da insistência da Fenprof, o Governo considerou não haver razões para a realização de testes a toda a comunidade escolar que iria regressar, o que teria permitido agir antes da abertura, no sentido de proteger todos os que iriam regressar à atividade presencial", escreve a estrutura sindical.
No mesmo comunicado, a federação dá também o exemplo de uma trabalhadora de uma escola em Vila Real, que foi diagnosticada com covid-19 depois de a autarquia ter decidido testar todos os docentes e não-docentes antes da reabertura dos estabelecimentos de ensino.
Também a Câmara da Covilhã decidiu alargar a realização de testes aos funcionários e docentes das escolas secundárias do concelho, que retomaram as aulas presenciais.
Os alunos do 11.º e 12.º ano regressaram às escolas na segunda-feira, depois de dois meses com as escolas encerradas e aulas à distância, como forma de tentar conter a disseminação do novo coronavírus.
Portugal contabiliza 1.263 mortos associados à covid-19 em 29.660 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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