"Acreditamos firmemente que este é o momento certo para levar a nossa nação mais perto da vida normal, por isso vamos passar à próxima fase do nosso plano em 19 de julho”, anunciou o ministro da Saúde, Sajid Javid, no Parlamento.
O executivo concluiu que estão cumpridos os quatro testes definidos para desconfinamento, nomeadamente o sucesso da vacinação, indícios de que as vacinas estão a reduzir as hospitalizações e mortes, que as taxas de infeção não correm o risco de sobrecarregar os serviços de saúde e que nenhuma nova variante possa ser particularmente perigosa.
No entanto, também reconheceu que o número de infeções vai continuar a aumentar e potencialmente chegar aos 100.000 novos casos por dia no verão.
O ministro disse que, embora as medidas deixem de ser obrigatórias por lei, vão continuar a ser feitas recomendações às pessoas e empresas para respeitarem o distanciamento social e evitarem a transmissão do vírus.
Por exemplo, o Governo vai encorajar empresas como discotecas ou bares noturnos e organizadores de grandes eventos a pedirem certificados de vacinação.
Javid disse também que aqueles que trabalham em casa podem "voltar ao [local de] trabalho gradualmente”, e referiu que era "esperado e recomendado" que as pessoas usem máscaras em espaços fechados com muitas pessoas, como transportes públicos.
A autonomia dos poderes implica que cada uma das outras regiões (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) têm regras e calendários diferentes.
A Escócia deverá levantar mais restrições em 19 de julho e 09 de agosto, a Irlanda do Norte prevê aliviar as regras em 26 de julho, enquanto o País de Gales deverá dar mais detalhes sobre os próximos passos no final desta semana.
Primeiro-ministro admite voltar a impor restrições se pandemia piorar
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu voltar a impor restrições para controlar a pandemia de covid-19, apesar de antes ter dito que pretendia que o desconfinamento fosse "irreversível".
"Vamos manter todos os dados sob revisão constante ao longo do resto deste ano, provavelmente também no próximo ano. E se observarmos circunstâncias muito excecionais, como a chegada de alguma nova variante que não tenhamos previsto e que cause problemas, obviamente, não devemos descartar nada", afirmou hoje durante uma conferência de imprensa.
Johnson lembrou que "a pandemia não acabou" e que é preciso avançar cautelosamente.
"Claro que espero que seja irreversível, mas para ser irreversível é preciso sermos cautelosos", referiu.
Os números no Reino Unido
No domingo o Reino Unido tinha registado registou 31.772 novos casos de covid-19 e 26 mortes, mas os dados do fim de semana são recorrentemente mais baixos devido ao atraso no processamento.
Nos últimos sete dias, entre 06 e 12 de julho, a média diária foi de 29 mortes e 32.599 casos, o que corresponde a uma subida de 56,2% no número de mortes e de 28,1% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.
A média diária de pessoas hospitalizadas foi de 440 entre 30 de junho e 06 de julho, um aumento de 56,6% face aos sete dias anteriores.
Na quinta-feira, dada dos dados mais recentes, estavam hospitalizados 2.731 pacientes, dos quais 417 com auxílio de ventilador.
Desde o início da pandemia, foram notificados 128.431 óbitos de covid-19 num total de 5.155.243 infeções confirmadas no Reino Unido.
No domingo foram administradas 149.620 vacinas, das quais 42.000 como primeira toma e 107.620 como segunda dose.
Desde dezembro foram inoculadas 45.923.721 pessoas, o que corresponde a 87,2% da população adulta, e 34.872.131 milhões de pessoas, ou 66,2% da população adulta, já tem a vacinação completa.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.035.567 mortos em todo o mundo, entre mais de 186,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.164 pessoas e foram registados 909.756 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
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