"Não sei se será muito fácil, de facto, operacionalizar o reinício da liga de futebol em Portugal, mas vamos ver o que é que as entidades, que têm essa competência, vão decidir e aí o Governo terá uma palavra a dizer", afirmou Pedro Ramos, em resposta à agência Lusa, numa videoconferência, no Funchal.
O Club Sport Marítimo é a única equipa madeirense na I Liga de futebol e, em caso de retoma da competição, a sua participação será dificultada pelas medidas de contenção impostas pelo executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP.
Em março, o Governo decretou um período de quarentena obrigatória de 14 dias para todos os passageiros que desembarquem no Aeroporto Internacional da Madeira, residentes ou não residentes, limitando também a 100 o número de pessoas autorizadas a desembarcar por semana na região.
"Devo dizer que, neste momento, nem a Liga [Portuguesa de Futebol Profissional] nem a Federação [Portuguesa de Futebol] estão de acordo em relação a esta situação, julgo que até o sindicato dos jogadores tem uma opinião diferente, julgo que também há uma opinião diferente no que diz respeito à celebração do jogo da final da Taça de Portugal", adiantou Pedro Ramos.
O governante sublinhou que há ainda "muitas incongruências" nas várias entidades envolvidas, vincando que o executivo está "focalizado no combate" à covid-19, quando o total de casos de infeção no arquipélago é de 86, já com 35 recuperados.
A I Liga de futebol foi suspensa em 12 de março devido à pandemia de covid-19, quando faltavam disputar 10 jornadas, com o Marítimo em 15.º lugar.
Nos Açores, também sob regime de quarentena obrigatória, o Santa Clara anunciou que quer disputar os restantes jogos do campeonato fora do arquipélago caso a I Liga de futebol retome a competição para proteger a "saúde dos açorianos" face à covid-19.
"O objetivo visa em primeiro lugar garantir a saúde dos açorianos e das açorianas, de forma a evitar cenários de contágio, tendo em perspetiva a questão da manutenção da quarentena obrigatória", avançou à Lusa o presidente do clube, Rui Cordeiro.
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