Estas posições foram transmitidas por Eduardo Cabrita, momentos antes de a Assembleia da República aprovar por ampla maioria o decreto presidencial que estende o estado de emergência em Portugal até 30 de janeiro.
Segundo dados do membro do executivo, para o próximo domingo, utilizando o voto antecipado, estão já inscritos 151 mil eleitores, o triplo dos que se registaram para as eleições legislativas de 2019.
"Prova-se assim a organização atempada e uma resposta dos portugueses que querem participar na vida democrática", advogou, antes de se referir "aos mecanismos que permitem o voto dos cidadãos confinados" por causa da covid-19, bem como às condições sanitárias para os eleitores que optem por ir às urnas no próximo dia 24, dia das eleições presidenciais.
"Estas medidas correspondem à execução atempada pelo Governo das decisões tomadas na Assembleia das República no passado dia 23 de outubro", sustentou, lançando depois um ataque ao deputado do Chega e candidato presidencial André Ventura.
"Verificando o Diário da Assembleia da República, o único que disse aqui, hoje, reiterando uma mentira e a uma ofensa à democracia, de que foram tomadas atabalhoadamente as medidas necessárias para se exercer o direito de voto em pandemia foi também quem faltou à sessão parlamentar de 23 de outubro - a sessão em que foram aprovadas as leis orgânicas. O Chega esteve ausente", apontou.
Na sua intervenção, Eduardo Cabrita respondeu também às críticas das bancadas da "direita parlamentar" sobre a ação do Governo no controlo da evolução da epidemia de covid-19 em Portugal, designadamente a partir da última semana de dezembro.
Neste ponto, o ministro da Administração Interna citou a posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre essa mesma matéria.
"A direita parlamentar voltou hoje a falar aqui na não adoção atempada de medidas de combate. Mas, como disse claramente na terça-feira o Presidente da República, não se registou de nenhuma dessas forças uma proposta de restrição adicional no período de Natal ou de Ano Novo", indicou.
Pelo contrário, segundo Eduardo Cabrita, ainda na semana passada, "a direita parlamentar continuava a defender a abertura dos restaurantes aos sábados e domingos à tarde, assim como a abertura do comércio todo o dia aos fins de semana".
"De facto, a alternativa não estava naquilo que dizia [o presidente do PSD] Rui Rio, que queria os restaurantes abertos até meio da tarde. Infelizmente, a alternativa estava entre as restrições tomadas até à semana passada ou aquelas que hoje, com o novo decreto presidenciais de estado de emergência, o Governo vai adotar em Conselho de Ministros", contrapôs.
Para o ministro da Administração Interna, face à evolução do número de contágios com o novo coronavírus em Portugal, "a resposta é o apoio ao Serviço Nacional de Saúde".
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