"Estamos a avaliar uma nova geração destes testes rápidos que permitem detetar o vírus [Sars-Cov-2 que provoca a doença covid-19] também do exsudado da nasofaringe, da amostra respiratória, e é desta forma que o grupo de peritos se vai reunir para fazer as suas recomendações e a avaliação da utilização destes testes", disse Raquel Guiomar, do INSA, na conferência de imprensa de hoje para atualização de informação relativa à pandemia de covid-19.
Segundo a responsável, estes novos testes rápidos apresentam "vantagens", já que têm uma "baixa complexidade de execução" e permitem "fazer o diagnóstico perto do doente, do caso suspeito", e obter "um resultado de forma rápida".
No entanto, explicou, os novos testes rápidos "têm critérios muito específicos para a sua seleção e critérios para a sua utilização e são estes critérios de seleção que vão ser oportunamente definidos pelo grupo de peritos".
Em relação aos critérios de utilização, que "são já bem descritos nas bulas e nas instruções que acompanham os testes", os testes rápidos devem ser utilizados para "deteção de antigénio para casos suspeitos com sintomas, que tenham ocorrido há menos de sete dias desde o início da infeção", e "sempre em ambiente onde exista segurança para realizar a colheita do exsudado da nasofaringe", frisou Raquel Guiomar.
Os novos testes rápidos "podem trazer algumas limitações", que "serão, no fundo, colmatadas pelo encaminhamento das amostras de alguns doentes para a análise pelo método de referência", o teste de PCR em tempo real, disse.
Segundo Raquel Guiomar, a nível internacional, a avaliação dos novos testes de diagnóstico rápido "está também a ser feita por parceiros europeus.
“Até à data, os dados preliminares indicam que esperaremos uma boa concordância entre os resultados destes testes e os resultados com o teste de referência", disse.
"A nível nacional, estamos a fazer a avaliação do desempenho em ambiente clínico destes testes em parceria com alguns hospitais e a breve prazo teremos também os dados que nos permitirão também fazer esta avaliação", disse.
Raquel Guiomar lembrou que o INSA, em conjunto com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e peritos de outras instituições de saúde, tem vindo a formar um grupo que tem acompanhado a qualidade e a diversidade dos testes de despiste de covid-19 e fez um ponto da situação relativamente ao que existe e ao que é recomendando.
O teste de referência, que é o atualmente recomendado pela DGS em todas as orientações e normas já divulgados, é o de PCR em tempo real, que "permite ter um resultado com elevada fiabilidade e é muito sensível e específico e tem vindo a permitir diagnosticar os novos casos de infeção pelo vírus Sars-Cov-2".
Existem também testes que permitem avaliar os anticorpos e a imunidade para o Sars-Cov-2 e "são recomendados essencialmente para avaliar a presença de anticorpos a nível populacional e foram já utilizados no estudo feito pelo INSA para avaliar a sero prevalência de anticorpos para o Sars-Cov-2 divulgado no passado mês de julho e "desta forma é que devem ser utilizados".
"Estes testes de deteção de anticorpos, em casos específicos, nomeadamente em casos de doença mais severa, podem também ser um complemento a toda a informação laboratorial e clínica e permitem fazer a melhor gestão do doente", frisou.
Atualmente, estão a ser também divulgados testes rápidos de deteção de antigénicos, que, no início da pandemia de covid-19, foram avaliados pelo INSA, durante os mêses de abril e maio, "mas devido às suas características e à falta de coincidência de resultados com o método de referência não foram à data recomendados".
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