Weinstein, de 68 anos, está agora em isolamento na Wende Correctional Facility, a prisão no norte do estado de Nova Iorque onde está a cumprir 23 anos de prisão por violação e agressão sexual desde 11 de março.
O jornal local Niagara Gazette foi o primeiro a informar o diagnóstico do produtor de cinema que caiu em desgraça. No entanto, Michael Powers, presidente do "New York State Correctional Officers and Police Benevolent Association", o sindicato para os funcionários prisionais do estado, confirmou à agência Reuters que Weinstein testou positivo para Covid-19.
Segundo Powers, soube-se do resultado do diagnóstico no domingo de amanhã, se bem que a equipa legal ao serviço de Weinstein disse ainda não ter sido notificada ao final do dia. "Dada a situação clínica do sr. Weinstein, claro que estaremos preocupados, se for caso disso, e estamos a monitorizar a situação vigilantemente", disse o advogado Imran Ansari.
Weinstein foi transferido na quarta-feira passada esta prisão, de máxima segurança, perto de Buffalo, 560 quilómetros a noroeste da cidade de Nova Iorque. Antes, passou algum tempo na prisão de Rikers Island e num hospital de Manhattan, onde recebeu tratamento por dores no peito.
Powers confessa que a situação na Wende Correctional Facility é preocupante, dado que os funcionários prisionais não têm o equipamento protetor adequado e que vários membros da equipa já tiveram de ser colocados em quarentena. À Reuters, uma fonte anónima confirmou que outros dois prisioneiros estão infetados com Covid-19.
As prisões lotadas dos Estados Unidos são potenciais focos de contágio de coronavírus. Na semana passada, carcereiros de Rikers e da penitenciária Sing Sing, de Nova Iorque, apresentaram resultado positivo para o novo coronavírus, de acordo com a imprensa local.
O início do fim
A detenção de Harvey Weinstein aconteceu em maio de 2018, meses depois de o jornal The New York Times e de a revista The New Yorker terem publicado, em outubro de 2017, reportagens a denunciar o escândalo sexual no meio cinematográfico norte-americano.
Foi a partir dessas reportagens que se gerou o movimento coletivo espontâneo de denúncia e partilha #MeToo, de denúncia de casos de abuso, agressão e assédio sexual na indústria do entretenimento.
Entre as mulheres que detalharam casos de propostas sexuais de Harvey Weinstein estão Uma Thurman, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Salma Hayek e Lupita N'yongo.
Em dezembro de 2017, as mulheres que denunciaram casos de assédio e abuso sexual, contra Harvey Weinstein e outras pessoas, foram nomeadas "Personalidade do Ano" pela revista norte-americana Time.
O caso mais mediático envolveu o produtor norte-americano Harvey Weinstein, mas surgiram ainda outros relatos de abusos envolvendo, entre outros, os atores Kevin Spacey e Dustin Hoffman, o ex-presidente da Amazon Studios Roy Price, os realizadores Brett Ratner e James Toback, os jornalistas Charlie Rose, Glenn Thrush e Matt Lauer, o fotógrafo Terry Richardson e o comediante norte-americano Louis C.K..
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