Na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus, o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Luís Pisco, explicou que esta região, que abrange 3,6 milhões de pessoas, tem 13 hospitais com capacidade para tratar doentes com covid-19, existindo 6.339 camas que podem ser alocadas para situações covid ou outras.

“Estas 6.339 camas que funcionam no princípio de que se abrir muitas camas para covid temos menos capacidade para cirurgias e atividade programada e vice-versa. Temos que as gerir muito bem”, disse, ressalvando que os hospitais “estão a fazer um esforço tremendo para conciliar o atendimento aos doentes covid” e em manter todo o restante trabalho.

Segundo o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, os 13 hospitais desta região têm 503 camas dedicadas a doentes covid-19 e, neste momento, estão internadas 383 pessoas.

Luís Pisco esclareceu que se está “distante de esgotar as camas que existem para doentes covid”.

Em relação às unidades de cuidados intensivos, na região de LVT há 98 camas para doentes covid-19, 74 das quais estão atualmente ocupadas.

O mesmo responsável avançou que existe nos hospitais da região de LVT um plano com três níveis de contingência conforme a situação epidemiológica se agravar e for necessário abrir mais camas, podendo chegar a um total de 917 camas e, no caso das unidades de cuidados intensivos, pode-se chegar às 185.

Luís Pisco sublinhou igualmente que há outras estruturas hospitalares que podem dar apoio, designadamente o Hospital das Forças Armadas, que pode ceder camas para doentes covid mais graves e cuidados intensivos, o Centro de Atendimento Militar de Belém, para casos menos graves e pode chegar até às 90, e a base do Alfeite, para pessoas que precisam de estar em quarentena e não têm condições em casa.

O mesmo responsável disse que a Proteção Civil tem também feito um levantamento de um conjunto de estruturas de retaguarda que existem na região de LVT e que podem ser utilizadas em caso de necessidade.

Luis Pisco disse ainda que nos últimos tempos os hospitais que têm “estado debaixo de maior pressão” são o Beatriz Ângelo, em Loures, e Fernando Fonseca , na Amadora, porque são os locais com mais casos de covid-19.

“Estamos a trabalhar com eles para procurar que sempre que estejam prestes a atingir o seu máximo se consiga transferir doentes para outros hospitais”, precisou.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificados hoje mais 559 novos casos de infeção, contabilizando a região 42.266 casos e 822 mortes.

Portugal registou hoje mais 12 mortos relacionados com a covid-19 e 1.394 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde o início da pandemia, em março, este é o segundo maior número de casos de infeção. O maior foi em 10 de abril, com 1.516.

Portugal já registou 2.062 mortes e 83.928 casos de infeção, estando hoje ativos 29.700 casos, mais 735 do que na quinta-feira.