O governo israelita deverá decidir no domingo se o país volta ao confinamento.

Os dados do Ministério da Saúde indicam que os 4.038 casos, mais 87 que no dia anterior, fazem aumentar o total de infetados para os quase 150.000, num país com cerca de nove milhões de habitantes. Até agora morreram 1.077 pessoas com a doença.

Israel reimpôs esta semana um confinamento parcial em algumas localidades para combater o aumento das infeções, com a comunidade árabe israelita em mira, já que tem sido duramente atingida nesta segunda onda da covid-19.

Quando o vírus apareceu em março, apenas 5% dos casos eram de árabes israelitas — descendentes dos palestinianos que ficaram nas suas terras após a criação de Israel em 1948 e que representam cerca de 20% da população do Estado hebreu -, atualmente 30% dos infetados pertencem a esta comunidade, segundo dados daquele ministério.

Numa deslocação no início da semana a Daliyat al-Carmel, cidade árabe perto de Haifa (norte), o coordenador nacional da luta contra a covid-19 alertou que “dezenas de cidadãos árabes morrerão nas próximas semanas se a epidemia não for controlada”.

“Vamos registar centenas de vítimas se os cidadãos árabes não agirem de forma responsável”, insistiu Ronni Gamzu.

Das 40 localidades que desde terça-feira estão com recolher obrigatório noturno, 29 são árabes e as restantes de judeus ultraortodoxos.

Em ambos os casos, as comunidades são compostas de famílias numerosas que vivem em habitações pequenas o que explica uma taxa de infeção mais elevada, indicou um porta-voz do referido ministério.

O médico Zahi Said, porta-voz do ministério da Saúde de Israel, chamou igualmente a atenção para as concentrações de pessoas que continuam a realizar-se e nomeadamente os casamentos.

Face à situação em Israel, o gabinete de coordenação da epidemia aprovou na noite de quinta-feira um novo confinamento total para impedir a propagação do vírus.

O plano, que terá de ser ratificado, prevê três etapas, começando com um confinamento rigoroso de duas semanas, durante as quais os cidadãos não se poderão afastar das suas casas mais do que 500 metros, as lojas não essenciais estarão fechadas, assim como quase todas as escolas.

“Creio que será encontrada uma solução que reduzirá a morbidade e nos permitirá abandonar as restrições de modo gradual e responsável”, disse na quinta-feira o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, criticado por muitos pela forma como tem gerido a crise sanitária.

A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro na China, já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da agência France-Presse.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.