O plano do primeiro-ministro, Yoshihide Suga, visa destinar camas hospitalares quase exclusivamente para os doentes com sintomas graves ou em risco de os desenvolver e marca uma grande mudança na política, numa altura em que os novos casos na capital mais do que triplicaram desde o início dos Jogos Olímpicos, em 23 de junho.
Tóquio contabilizou hoje 4.166 novos casos, um recorde desde que a pandemia começou no início do ano passado.
A medida, introduzida esta semana, foi debatida hoje no parlamento, com a oposição, bem como alguns deputados e especialistas do partido no governo, a argumentarem que isso colocaria em risco a vida das pessoas isoladas em casa sem os cuidados adequados.
Suga, criticado por insistir em organizar os Jogos Olímpicos apesar das reservas da população em relação ao coronavírus, disse que não há evidências que liguem o aumento de casos aos Jogos Olímpicos.
As infeções, impulsionadas pela variante Delta, mais contagiosa, podem acelerar para as 10.000 diárias a meio de agosto, segundo alguns especialistas, que pediram que o atual estado de emergência em Tóquio e outras quatro cidades seja alargado a todo o país.
As medidas de emergência, que visam a proibição de álcool e redução de horários de estabelecimentos de restauração, são cada vez mais ignoradas pela população, que está cansada das restrições.
“A pandemia entrou agora numa nova fase. A capacidade dos hospitais é limitada”, afirmou o ministro da Saúde, Norihisa Tamura, ao parlamento.
O ministro defendeu a política de isolamento doméstico como necessária para prevenir um colapso semelhante ao que aconteceu em abril em Osaka, quando milhares de pessoas ficaram infetadas e algumas morreram em casa enquanto esperavam por camas hospitalares.
A oposição critica Suga por não aumentar suficientemente a capacidade dos hospitais apesar dos avisos sobre a rápida disseminação da variante delta.
O tratamento da covid-19 no Japão é limitado a hospitais públicos e universitários, que possuem instalações adequadas e especialização.
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