Segundo revela Vítor Brandão, provedor dessa instituição do distrito de Aveiro, os utentes que faleceram no Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, já tinham “uma idade muito avançada e uma saúde débil”, mas também houve uma sénior que, embora internada, “já recebeu alta médica e regressou ao lar de idosos”.

Desde a deteção inicial do surto, o aumento de 17 diagnósticos positivos ao vírus SARS-CoV-2 deve-se a uma segunda ronda de testes cujos resultados foram divulgados entre quarta e quinta-feira, depois de novos técnicos e moradores da unidade residencial da Misericórdia terem começado a evidenciar sinais da doença.

“Mas toda a gente está com sintomas ligeiros, sem especial gravidade”, garante o provedor.

Como Vítor Brandão já dissera à Lusa, o surto ter-se-á verificado porque, dada “a confiança” associada à vacinação contra a covid-19, “uns 30 e tal utentes quiseram ir a casa [de familiares] no fim-de-semana das eleições, para votar, e pelo menos um deles trouxe a doença no regresso” ao lar da Santa Casa

Dias após a ida às urnas, todos os utentes da Misericórdia receberam ainda a vacina sazonal contra a gripe, pelo que, aos primeiros sintomas de febre e mal-estar, a expectativa foi que esses sinais se devessem a essa última inoculação.

“Mas como sou médico e já ando nisto há muito tempo, achei melhor jogar pelo seguro e testámos logo toda a gente à covid-19, acabando por confirmar que, realmente, não se tratavam de sintomas gripais”, revelou Vítor Brandão na altura.

Uma vez testados todos os utentes e funcionários, a direção da Santa Casa separou então doentes de não-infetados, distribuindo-os por dois blocos do edifício e estabelecendo “circuitos de circulação distintos para cada um”.

Todos estão “isolados” da comunidade exterior e contactam com as famílias apenas por videochamada.

Segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse, desde a descoberta do vírus SARS-CoV-2 em dezembro de 2019 a covid-19 já provocou mais de 4,83 milhões de mortes em todo o mundo, entre cerca de 236,6 milhões de infetados.

Em Portugal, onde o primeiro caso de covid-19 foi diagnosticado em março de 2020, a Direção-Geral da Saúde já registou 18.027 óbitos entre 1.074.109 casos de infeção confirmada.