Questionada por Miguel Sousa Tavares quanto à eficiência prevista das medidas da fase de contingência — que entra em vigor amanhã, a 15 de setembro — a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse que este plano foi pensado numa fase onde os números da pandemia não se encontravam tão elevados.
“Estamos a ver hoje uma evolução mais negativa da pandemia. Estamos piores do que estávamos há 15 dias, e, quando o Governo anunciou que se passaria a esta fase de contingência, fê-lo com números muito melhores do que aqueles que observamos", admitiu a governante.
Recorde-se que, com a aplicação a todo o território nacional continental o regime da situação de contingência que vigorava para a Área Metropolitana de Lisboa, passam a ser impostas medidas como a limitação das concentrações a 10 pessoas, salvo se pertencentes ao mesmo agregado familiar, na via pública e em estabelecimentos ou a limitação de 4 pessoas por grupo, salvo se pertencentes ao mesmo agregado familiar, nos restaurantes, cafés e pastelarias a 300m das escolas.
Segundo a ministra, o alargamento da situação de contingência foi tomado com a previsão de que "teríamos uma grande movimentação de pessoas que até agora não se estavam a movimentar ou a movimentar de forma mais restrita", assim como "para acomodar este regresso de todos os jovens e de todas as crianças e o regresso ao trabalho de todos aqueles que estavam em teletrabalho".
Quanto ao tema do regresso às aulas, perante as denúncias da Fenprof quanto à falta de profissionais e ausência de distanciamento na maioria das escolas que inquiriu, Mariana Vieira da Silva rejeitou essas críticas, dizendo que "desde julho as escolas estão a trabalhar para receber as crianças e os jovens e os próprios diretores de escola dizem que têm condições para fazer o trabalho".
Para além disso, a ministra disse acreditar que, para "muitas crianças do nosso país, o sítio mais espaçado, mais seguro e mais limpo são mesmo as escolas", dizendo ser inaceitável "a ideia de que as escolas não estão preparadas quando elas estão a trabalhar há meses" e que o Governo procedeu a um "reforço significativo de assistentes operacionais, professores, técnicos e psicólogos".
No rescaldo da Festa do Avante! e perante os ajuntamentos que se verificaram no Santuário de Fátima devido às peregrinações de 13 de setembro, a ministra da Presidência recordou que "o Governo não tem condições para limitar eventos políticos ou religiosos", dizendo ainda que "não se pode apontar à Igreja Católica nada que não tenha sido uma extrema colaboração em todas as cautelas que precisámos de ter".
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