“Os portugueses que estavam a preparar-se para realizar viagens não essenciais a um país estrangeiro, devem abster-se de fazê-lo. Neste momento, tudo o que seja viagem não essencial deve ser evitado”, disse Augusto Santos Silva, em declarações à agência Lusa.
“É o que estou a fazer como ministro dos Negócios Estrangeiros e isso aplica-se a todos. Se temos planeada uma viagem de turismo a um país, adiemo-la até passar o pico desta crise”, acrescentou.
O chefe da diplomacia portuguesa justificou o alerta com o facto de estarem a “suceder-se as decisões de países terceiros que resultam em dificuldade para regressar”.
Cancelamento de voos, ligações cortadas, imposições de controlos fronteiriços ou mesmo fecho de fronteiras são, segundo o MNE, situações com que os portugueses se podem deparar e que podem dificultar ou mesmo impedir o regresso a Portugal.
Por outro lado, Augusto Santos Silva apelou aos portugueses que já se encontram no estrangeiro para “anteciparem, sempre que possível, os planos de regresso”.
O governante pediu ainda aos portugueses residentes no estrangeiro para que cumpram “rigorosamente” as recomendações e determinações das autoridades dos países onde vivem.
“É muito importante que os portugueses residentes no estrangeiro cumpram as recomendações e as ordens das autoridades de saúde desses países”, disse.
O ministro disse ainda que foi dada uma orientação geral à rede de embaixadas e consulados de Portugal para “concentrarem a atividade na resposta a esta crise do Covid-19”.
“Essa é a prioridade essencial. Vários consulados estão a suspender as marcações para assuntos como documentos de identificação ou registo civil”, disse, apontando que todos os recursos estão concentrados na resposta à crise do Covid-19.
Lembrou, neste contexto, que o Governo já garantiu, através de decreto-lei, que a validade dos documentos indispensáveis, que esteja a terminar por estes dias, será alargada.
Santos Silva disse ainda que os consulados respeitam as indicações dos países onde estão instalados, tendo alguns já proibido formalmente a abertura de serviços públicos.
Por isso, acrescentou, há consulados que estão fechados, existindo outros que estão a funcionar em regime de trabalho à distância.
“Estejam encerrados a atendimento público presencial ou estejam com a sua capacidade diminuída porque alguns funcionários estão em regime de confinamento, os consulados estão a trabalhar na resposta às necessidades mais prementes das nossas comunidades no estrangeiro”, assegurou.
Nesse sentido, apelou para que as pessoas evitem ir presencialmente aos consulados e que utilizem, sempre que possível, o telefone ou o correio eletrónico.
O novo coronavírus já infetou, desde dezembro até hoje, 168.250 pessoas e causou 6.501 mortes, segundo o último balanço divulgado hoje.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o epicentro da pandemia deslocou-se da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no domingo 368 novas mortes nas últimas 24 horas, elevando para mais de 1.800 o número de vítimas mortais no país.
O número de infetados a nível mundial ronda as 170 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 148 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 331 casos confirmados.
Do total de infetados, mais de 77 mil recuperaram.
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