“Prevejo que a situação de ocupação, tanto no Natal como na passagem de ano, vá ser muito fraca”, admitiu à agência Lusa o responsável da Turismo do Alentejo e Ribatejo.
Os empresários, “há um ou dois meses, tinham bastantes reservas”, mas neste momento, devido às restrições decorrentes da pandemia de covid-19, “as reservas caíram extraordinariamente”, assinalou.
“Como não são permitidas festas nas unidades hoteleiras, as pessoas possivelmente preferem ficar nos seus locais de residência”, acrescentou.
Ainda assim, como nos últimos anos se instaurou alguma “tradição” de passar a época natalícia em unidades hoteleiras, este ano, este fator mantém-se, mesmo que a afluência seja mais reduzida: “Há unidades hoteleiras que continuam a ter reservas”.
Alertando que a crise no turismo deverá continuar, pelo menos, até à próxima Páscoa, em abril, o presidente da ERT do Alentejo e do Ribatejo disse ainda que o setor da animação turística e das agências de viagens está a passar por momentos “ainda piores” do que os da restauração e da hotelaria.
“Muitas empresas estão a recorrer ao ‘lay-off’, há empresas que suspenderam a atividade, há também algumas, felizmente ainda poucas, que fecharam. Até à Páscoa, a situação vai estar muito complicada”, vincou.
Vitor Silva perspetivou que os “primeiros três meses” de 2021 “vão ser muito difíceis, talvez os mais difíceis de todos”.
Numa ronda efetuada pela Lusa junto de diversos hotéis da região foi possível perceber que as taxas de ocupação para esta época festiva são fracas.
Em Portalegre, o diretor do Hotel José Régio, Luís Grades, recordou que há dois ou três meses a situação era “diferente”, mas a evolução epidemiológica na região mudou as estimativas desta unidade hoteleira, situada no rossio daquela cidade e que tem, atualmente e até ao final do ano, uma taxa de ocupação na ordem dos 20%.
Já o Tivoli Évora Ecoresort, um hotel de quatro estrelas na periferia da cidade alentejana, tem uma taxa de reserva e ocupação de 30% para o programa de passagem de ano. O de Natal está abaixo dos 20%, segundo o diretor comercial, Miguel Rosado da Fonseca.
“Nunca tínhamos chegado a esta altura do ano que não tivéssemos já o hotel cheio”, frisou, indicando que muitos dos possíveis clientes já pediram informações, mas têm estado a aguardar a indicação do Governo sobre as medidas do novo período do estado de emergência.
Em Beja, o proprietário do BejaParque Hotel, de quatro estrelas, que detém outra unidade de três estrelas na cidade, fechada desde março devido à covid-19, disse que “as perspetivas não são nada famosas” para este mês, que deverá fechar com taxas de ocupação a rondar os 30%.
“E as limitações por causa da pandemia nem nos permitem fazer o ‘réveillon’, [que nos anos anteriores] ajudava a deixar este mês mais composto”, lamentou João Rosa.
Pelo litoral alentejano, as perspetivas não são melhores. O Hotel Vila Park, em Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), prevê “uma quebra de cerca de 50%” da taxa de ocupação durante o Natal e Ano Novo.
"Para a altura do Natal temos uma taxa de 20% e o Ano Novo, que está mais fraco, ronda os 10% a 15%”, resumiu à Lusa fonte deste hotel de quatro estrelas.
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