Na conferência de imprensa, o doutor Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, disse que a organização tem "analisado o este surto a toda a hora", confessando que ele e os restantes membros se encontram "profundamente preocupados pelo níveis alarmantes da disseminação e a severidade, e também pelos níveis alarmantes de inação" no combate ao novo coronavírus.
Em causa está a multiplicação por 13 do número de casos de infeção fora da China, sendo que neste período de tempo o número de países afetados triplicou, havendo mais de 118 mil casos em 114 países e tendo morrido 4291 pessoas.
O responsável afirmou ainda que "nos próximos dias e semanas, é esperado que o número de casos de covid-19, de mortes e de países afetados aumente ainda mais".
Por estas razões, disse Ghebreyesus, a OMS concluiu que "o covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia".
"Pandemia não é uma palavra que usamos com ligeireza ou sem cuidado. É uma palavra que, se mal usada, pode causar medo irrazoável ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessárias", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
No entanto, o responsável disse que o uso da palavra não só "não muda a análise da OMS da ameaça que este coronavírus constitui", como "não muda o que a OMS está a fazer, e não muda o que os países devem fazer".
"Os países podem ainda mudar o curso desta pandemia se detetarem, testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta", ressalvou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Atualmente, existem cerca de 118101 casos confirmados de coronavírus no mundo, sobretudo na China, onde o número de pessoas contagiadas estão a diminuir, enquanto que aumenta noutros países da Europa.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos.
Em Portugal, a DGS atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59.
Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.
Face ao aumento de casos, foi também decretada a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas e foi recomendada a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas. Veja a lista de locais encerrados aqui.
Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.
O Governo português decidiu ainda suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas pela Covid-19 em Itália, o país europeu onde o surto assumiu maiores proporções, tendo já provocado mais de 600 mortos.
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