Os resultados devem ser anunciados esta sexta-feira, mas o capitão do navio já informou internamente que não se encontrou qualquer caso do coronavírus a bordo, adiantou uma passageira, Carolyn Wright, à AFP.

Todavia, as autoridades e a operadora do navio, a Princess Cruises, não confirmaram a informação.

No navio Grand Princess, que interrompeu a viagem ao Havai e voltou a São Francisco, viajou antes um homem de 71 anos que morreu depois de contrair o novo corovírus, tornando-se o primeiro caso fatal na Califórnia.

A vítima, que fez a rota São Francisco-México-São Francisco, faleceu pouco depois de desembarcar. Outro passageiro foi infetado.

As autoridades atrasaram o atracar do navio, que está nos arredores de Monterrey.

O navio leva 2.383 passageiros e 1.100 tripulantes.

O governador Gavin Newsom adiantou na quarta-feira que 11 passageiros e dez tripulantes possivelmente estariam doentes.

"Neste momento, os Centros para o Controlo e a Prevenção de Doenças (CDC), o Departamento da Saúde do estado da Califórnia e o gabinete de emergência do governador, juntamente com a Guarda Costeira estão a trabalhar para determinar se o COVID-19 está presente no navio", disse Mary Ellen Carroll, chefe do Departamento de Gestão de Emergências de São Francisco, em conferência de imprensa.

"Estão a ser adotados protocolos de testes no navio para aqueles passageiros e tripulantes que apresentaram sintomas parecidos aos da influenza ou que podem ter estado expostos ao vírus", acrescentou.

O governador declarou estado de emergência no estado, onde foram registrados mais de 50 casos.

Os testes foram levados por via aérea pela Guarda Nacional da Califórnia, disse à AFP o seu porta-voz Jonathan Shiroma.

"Espera-se que os testes no barco levem várias horas. Os kits serão transportados para o laboratório do CDPH em Richmond para obter resultados".

Não está claro quantas pessoas foram submetidas a estes testes de diagnóstico.

O Covid-19 é o nome atribuído pela Organização Mundial de Saúde à doença provocada pelo novo coronavírus, que surgiu em Wuhan, na China, no final do ano passado.

Este surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.300 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas, incluindo nove em Portugal.

Das pessoas infetadas, mais de 50 mil recuperaram.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

Portugal tem nove casos confirmados e os casos suspeitos aumentaram em 30 de quarta para quinta-feira.

Segundo um boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado também na quinta-feira à noite pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o número de casos suspeitos é de 147, valor desde janeiro deste ano. No boletim de quarta-feira os casos suspeitos eram 117 [um aumento de 16 casos em relação a terça-feira].

No boletim, a DGS diz que dos nove casos cinco são importados (Itália e Espanha) e que os restantes quatro são casos com ligação a casos importados.

Cinco dos doentes estão internados no Porto, um em Coimbra e três em Lisboa. Do total são oito homens e uma mulher, todos entre os 30 e os 69 anos.

Segundo a DGS há 213 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas — que incluem febre, dores no corpo e cansaço — deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúdeNão se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.

As recomendações de saúde para evitar infeções são as seguintes:

  • Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
  • Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
  • Caso se dirija a uma unidade de saúde com suspeitas de infeção ou sintomas deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.

De referir que a Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os portugueses podem acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo e esclarecer dúvidas sobre a doença.