Segundo o boletim hoje divulgado, regista-se apenas uma vítima mortal nas últimas 24 horas, na zona Norte, subindo assim para um total de 1.505 óbitos. Estão confirmados 36.180 casos de infeção.
Em comparação com os dados de quinta-feira, em que se registavam 1.504 mortes, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,1%. Já os casos e infeção subiram cerca de 0,8%.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo (14.407 casos), onde se tem registado maior número de surtos, há mais 246 casos de infeção do que na quinta-feira.
Santos Populares
Graça Freitas reforçou, na conferência de hoje, as regras para as celebrações dos Santos Populares, mais concretamente no que diz respeito ao Santo António, em Lisboa, até 14 de junho.
- Devem ser reforçadas as regras de ocupação, permanência, distanciamento físico e higiene nos estabelecimentos de restauração, serviços e comércio;
- Não é permitida a celebração de eventos e atividades que originem aglomerados de pessoas em número superior a 10;
- Estão previstas medidas de fiscalização para proceder à dispersão de ajuntamentos, se necessário;
- Estão previstas restrições de horários e de venda de bebidas alcoólicas;
- A utilização de esplanadas está condicionada pelo respeito das regras e orientações anteriormente divulgadas pela DGS;
- Está interdita a utilização de novo mobiliário urbano no espaço público.
A Diretora-Geral da Saúde alertou ainda que o Santo António é uma festa popular que se comemora em todo o país, pelo que devem ser observadas as recomendações de cada Câmara Municipal quanto às restrições, além das normas gerais da DGS.
Graça Freitas disse ainda que é suposto que as pessoas "desfrutem o desconfinamento", mas "salvaguardando a sua segurança, a sua saúde e a saúde de todos, cumprindo as regras estabelecidas, divertindo-se, mas não facilitando".
"O nosso apelo é para termos estes Santos Populares com a diversão possível, mas sem facilitar a transmissão do vírus. Temos de aprender a viver com esta situação, cumprir as regras que em cada momento estão em vigor", apontou.
O mesmo apelo foi também feito pela secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, que sublinhou a necessidade de ajustar as celebrações às “exigências do tempo de exceção que vivemos”.
“Todos desejamos que passe rápido, que consigamos voltar aos nossos hábitos, às nossas rotinas, às nossas tradições, aos nossos afetos. Mas também sabemos que a realidade é marcada por riscos que não podemos ignorar e temos de continuar a encará-la com a mesma determinação que até aqui”, sublinhou.
Jamila Madeira aproveitou também para elogiar o esforço dos portugueses durante a pandemia da covid-19, considerando que o país se ajustou bem a “circunstâncias singulares”, mesmo durante as festividades que marcaram este período, como a Páscoa, o 25 de Abril, o 1.º de Maio ou o 13 de Maio.
“Soubemos, em todos estes momentos, como comunidade, compreender que este é um momento atípico e que justifica, apesar de a evolução ser positiva, ser vivido com prudência e cautela no que chamamos de nova normalidade”, ressalvou a secretária de Estado.
Casamentos, batizados e outros eventos
Sobre a questão de celebrações como casamentos, batizados ou outros eventos, Graça Freitas referiu que "está em vigor legislação que diz que não se devem juntar mais do que 20 pessoas — e até houve uma exceção para Lisboa, dada a sua situação epidemiológica, de 10 —, mas abrimos algumas exceções, por exemplo, nas celebrações de funerais, quando todos os intervenientes pertencem a agregados familiares e, mesmo nessas situações, devem manter distanciamento social, utilização de máscara, permanência curta durante todos os cerimoniais", recordou.
"Relativamente a casamentos e batizados, naturalmente observam-se as mesmas regras. Se as pessoas pertencem a agregados familiares diferentes, não se devem juntar. Essa é a regra número um. Depois têm também de cumprir orientações relacionadas, por exemplo, com a própria celebração religiosa, porque há regras para as diferentes religiões e cultos e essas estão também em vigor", frisou a Diretora-Geral da Saúde.
Quanto ao "banquete", "aplicam-se de um modo geral" as regras da restauração. Sobre a festa, Graça Freitas referiu que as pessoas "podem dançar" se estiverem "suficientemente distantes, num salão suficientemente grande e se forem poucas". "Aqui não podemos ser fundamentalistas", referiu. "Há regras e não podemos celebrar um casamento, um batizado ou outro evento como o fazíamos antes. As pessoas têm de rever as suas cerimónias e os seus rituais e ter em atenção que, de facto, o convívio com outros grupos de pessoas" é arriscado, lembrou, referindo que os casos assintomáticos são um risco para o contágio.
Peregrinação Internacional Aniversária de Fátima
Questionada sobre a peregrinação de 12 e 13 de junho ao Santuário de Fátima, Graça Freitas referiu que "é uma situação concreta".
"Esperamos que, mais uma vez, seja observado tudo o que está dito, nomeadamente a não concentração de pessoas. Porque, com a liberdade religiosa que há, com o direito a peregrinar que todos teremos, também temos o dever de observar novas regras, novas formas de estar. Podemos rezar, peregrinar, ir aos locais de culto, mas sempre com uma nova forma de estar", lembrou.
Neste sentido, a Diretora-Geral da Saúde deixou um apelo "a quem organiza" e a "quem participa", para que haja todo o cuidado. "Em todas as atividades em que pedimos aos cidadãos que colaborem, também temos de pedir muito a quem opera os serviços, às entidades organizadoras, que elas próprias tenham um alto sentido cívico e façam observar as regras nos espaços que estão abertos, para que a nossa sociedade funcione, para que a nossa vida continue".
O Santuário de Fátima já referiu que não espera uma afluência significativa à Peregrinação Internacional Aniversária de hoje e amanhã, mas o reitor avisa que se o número de peregrinos não permitir o distanciamento social encerrará o recinto.
Segundo o padre, o recinto de oração é um espaço "amplo" e por isso não está definido um máximo de lotação, nem está prevista a utilização de qualquer utilização de instrumentos de contagem de pessoas, à semelhança do que sucede nas praias.
Abertura dos ATL
A abertura dos Ateliers de Tempos Livres (ATL) terá duas datas diferentes, com alguns a abrirem na segunda-feira e os ligados às escolas a 26 de junho, revelou hoje a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
"Houve necessidade de uma adaptação em função da situação epidemiológica. Abrirão a partir de 15 de junho os que não estão integrados em estabelecimentos escolares e a partir de 26 de junho os que estiverem relacionados com as escolas", disse Graça Freitas.
De acordo com a Diretora-geral, as regras estão atualmente em fase de audição pública e serão divulgadas "em tempo oportuno".
"Ouvimos sempre os parceiros para saber se as regras estão adaptadas às necessidades. As orientações sairão em tempo oportuno", disse Graça Freitas.
A abertura de ATL esteve agendada para 1 de junho, mas foi adiada, tendo o Governo justificado que as novas datas se prenderiam com a necessidade de preparar a organização dos espaços onde se desenvolvem estas atividades.
Cuidados intensivos com taxa de ocupação de 65% na região de Lisboa
A taxa de ocupação das Unidades de Cuidados Intensivos de Lisboa e Vale de Tejo é de 65%, afirmou hoje a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, admitindo que a retoma da atividade assistencial tem tido "nuances".
"Sobre a ocupação das UCI [Unidades de Cuidados Intensivos] em LVT [Lisboa e Vale do Tejo], a taxa de ocupação são 65%", disse Jamila Madeira.
Também questionada se já foi retomada a atividade assistencial, como consultas e cirurgias, em pleno nesta região, a governante não especificou, mas admitiu que existem "nuances" em função dos focos detetados.
“A retoma tem sido levada a cabo com algumas nuances devido à evolução da pandemia e cumprindo as regras da Direção-Geral da Saúde na lógica dos focos detetados”, observou.
Jamila Madeira assegurou ainda que a retoma está presente em todas as medidas que o Orçamento Suplementar, acrescentando que pretende “dar uma resposta mais célere, uma vez que houve um conjunto de meses em que essa resposta não foi possível ser acomodada da maneira habitual”.
Lisboa e Vale do Tejo (LVT) voltou hoje a registar 91% dos novos casos diários de infeção por covid-19, com 246 dos 270 novos doentes, mas a única morte reportada aconteceu na região Norte, segundo a Direção-Geral da Saúde.
De acordo com o boletim da situação epidemiológica em Portugal, a região de LVT reportou 91,1% dos novos casos, depois de na quinta-feira essa percentagem ter sido de 91,2%.
Na terça e na quarta-feira, LVT já tinha concentrado 92% das novas infeções, acima dos 78% registados na segunda-feira e dos 75% verificados no domingo. No sábado, a percentagem tinha sido semelhante às dos últimos dois dias, com 90%.
3.556 profissionais de saúde infetados
As autoridades de saúde registam 3.556 profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus, responsável pela doença covid-19, entre os quais 1.154 enfermeiros e 505 médicos, revelou Jamila Madeira.
Entre os profissionais de saúde infetados, estão também 1059 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos e 108 técnicos superiores de diagnostico e terapêutica.
Jamila Madeira adiantou ainda que, comparativamente aos últimos dados divulgados, há mais 198 profissionais de saúde recuperados da doença.
“A todos eles e a todos os profissionais de saúde reiteramos a nossa mensagem de reconhecimento e gratidão”, sublinhou a secretária de Estado, que agradeceu aos profissionais “pelo seu esforço, dedicação e profissionalismo que imprimem ao Serviço Nacional de Saúde”.
O boletim em detalhe
A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 17.024, seguida pela região de Lisboa e Vale do Tejo, com 14.407, da região Centro, com 3.846, do Algarve (393) e do Alentejo (277).
Os Açores registam 143 casos de covid-19 e a Madeira contabiliza 90 casos confirmados, de acordo com o relatório de situação epidemiológica em Portugal, com dados atualizados até às 24:00 de quinta-feira.
De acordo com os dados da DGS, a região Norte continua também a ser a que regista o maior número de mortos (811), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (417), do Centro (246), do Algarve e dos Açores (ambos com 15) e do Alentejo, que regista um óbito, adianta o relatório da situação epidemiológica.
A Região Autónoma da Madeira mantém-se sem registo de óbitos.
Os dados da Direção-Geral da Saúde indicam que 759 vítimas mortais são mulheres e 746 são homens.
Das mortes registadas, 1.016 tinham mais de 80 anos, 288 tinham entre 70 e 79 anos, 133 entre os 60 e 69 anos, 48 entre 50 e 59, e 17 entre 40 e 49.
Há ainda duas mortes registadas entre os 20 e os 29 anos e uma na faixa etária entre os 30 e os 39 anos.
A caracterização clínica dos casos confirmados indica que 440 doentes estão internados em hospitais, mais 25 do que na quinta-feira (+6%), dos quais 73 em Unidades de Cuidados Intensivos, mais três (+4,3%).
De acordo com o relatório, o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus (2.803), seguido por Sintra (1.839), Vila Nova de Gaia (1.597), Porto (1.414), Loures (1.383), Matosinhos (1.292), Braga (1.256) e Amadora (1.186).
Desde 1 de janeiro, registaram-se 346.703 casos suspeitos, dos quais 1.486 aguardam resultado dos testes.
Há 309.037 casos em que o resultado dos testes foi negativo, refere a DGS, adiantando que o número de doentes recuperados subiu para 22. 200 (mais 198).
A DGS regista também 30.779 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Do total de infetados, 20.464 são mulheres e 15.716 são homens.
A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (6.058), seguida da faixa dos 50 aos 59 anos (5.873) e das pessoas com idades entre os 30 e os 39 anos (5.657).
Há ainda 5.030 doentes entre os 20 e os 29 anos, 4.722 com mais de 80 anos, 3.853 entre os 60 e 69 anos, e 2.751 entre 70 e 79 anos.
A DGS regista igualmente 897 casos de crianças até aos nove anos e 1.314 jovens com idades entre os 10 e os 19 anos. Há ainda 25 doentes cujo grupo etário é desconhecido.
De acordo com a DGS, 39% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 29% febre, 21% dores musculares, 20% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 11% dificuldade respiratória.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 418 mil mortos e infetou mais de 7,4 milhões de pessoas em todo o mundo. Pelo menos 3,3 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.
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