O apelo foi feito depois de milhares de pessoas se terem manifestado no centro de Praga para protestar contra a campanha de vacinação em curso e as rigorosas restrições governamentais destinadas a conter a propagação da Covid-19.

Numa entrevista ao jornal Blesk, o Presidente Milos Zeman disse que, recentemente, pediu ao seu homólogo israelita, Reuben Rivlin, para “ajudá-lo a organizar a campanha de vacinação, porque Israel é absolutamente perfeito para isso”.

Israel já vacinou quase um milhão e meio de pessoas, um ritmo que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, diz ser o mais rápido do mundo, com a perspetiva de todos os israelitas com mais de 16 anos de idade poderem receber a vacina até março.

“Espero que os peritos israelitas venham aqui e partilhem connosco a sua experiência”, acrescentou Zeman, que tem laços estreitos com Israel.

A República Checa começou a vacinação contra Covid-19 logo após o Natal, com o primeiro-ministro populista bilionário, Andrej Babis, a ser o primeiro vacinado.

Hoje, cerca de 3.000 manifestantes marcharam pelas ruas de Praga gritando “não somos ovelhas”, “não à vacinação”, e “vamos abrir a República Checa”, um comício onde as máscaras cirúrgicas eram escassas e as regras de distanciamento social foram largamente ignoradas, informou a agência de notícias francesa AFP.

Os manifestantes consideram que as restrições governamentais não conseguiram conter os contágios e estão a dar um rude golpe na economia.

“As medidas caóticas tomadas por este governo não funcionam e nunca funcionarão”, acusou Jiri Janecek, o proprietário de uma cervejaria a sudoeste de Praga, dirigindo-se à multidão.

Restaurantes, bares, salas de desporto, cinemas, teatros e a maioria das escolas foram encerrados, com intervalos regulares, desde março neste Estado-membro da UE, com uma população de quase 10,7 milhões de habitantes e que lidera as estatísticas mundiais sobre o número de novos casos por habitante.

As autoridades de saúde checas registaram até agora mais de 830 mil casos confirmados de Covid-19, dos quais mais de 13 mil foram mortais, com um aumento diário superior ao recorde de 17 mil casos duas vezes esta semana.