Numa pergunta hoje entregue no parlamento, a bancada do PSD considerou que "todos os recursos da escola devem orientar-se para uma ação comum que garanta o direito de todos os alunos à educação" e frisou que a telescola "não responde à concretização da tão almejada educação inclusiva".

"De facto, não há "#EstudoEmCasa para a Educação Inclusiva, o que vem acentuar as fragilidades", aditou o PSD, lembrando que a telescola atual "não prevê nem aulas de Língua Gestual Portuguesa, nem abrange a especificidade de grupos de alunos integrados nos centros de apoio à aprendizagem".

Assim, o PSD pretende saber quais os recursos solicitados pelos diretores das escolas que estão a ser garantidos pelo ministério, quantos alunos estão atualmente abrangidos por medidas de suporte à aprendizagem e que suporte está a ser dado aos pais e cuidadores no âmbito da saúde mental e ao bem-estar das crianças e jovens.

A bancada social democrata quer ainda saber que "articulação está a ser feita entre as diferentes áreas governamentais" para assegurar que as escolas e as equipas multidisciplinares de apoio à educação inclusiva consigam responder às necessidades específicas de todos os alunos.

Por fim, o PSD questiona o ministério sobre se as aulas de Língua Gestual Portuguesa serão contempladas na programação da nova telescola, "de forma a garantir apropriação dos conteúdos pelos alunos surdos, assim como para o acompanhamento dos pais e das mães com surdez".

O programa #EstudoEmCasa é um conjunto suplementar de recursos educativos destinados a alunos até ao ensino básico, criado pelo Ministério da Educação, e que hoje começou a ser transmitido diariamente na RTP Memória.

Desde 16 de março que todos os estabelecimentos de ensino estão encerrados, por decisão do Governo para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus, que já infetou cerca de 20 mil pessoas em Portugal.

Mais de dois milhões de crianças e jovens, desde creches ao ensino superior, ficaram em casa e a maioria tem aulas à distância através de plataformas `online´ ou trocas de `emails´ com os seus professores.

No entanto, há quem não tenha Internet ou equipamentos para poder acompanhar as aulas. O problema é mais dramático entre os alunos até aos 15 anos.

Portugal regista 735 mortos associados à covid-19 em 20.863 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O Governo decretou o estado de emergência a 19 de março, que já foi prorrogado duas vezes, estando previsto agora o seu fim a 02 de maio. O diploma prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".