“Era importante que neste esforço de desconfinamento também tivéssemos a abertura das escolas e fizemo-lo com consciência, fizemo-lo, acima de tudo, querendo aumentar os graus de segurança para que a confiança existisse verdadeiramente”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues.
No dia em que mais de 500 estabelecimentos de ensino reabrem portas para receber os alunos do 11.º e 12.º anos, depois de dois meses com aulas à distância, o ministro da Educação acompanhou o regresso na Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, distrito de Lisboa.
Depois de passar por quatro aulas, aproveitando para conversar com alunos e professores, Tiago Brandão Rodrigues elogiou o trabalho da escola sintrense, que acompanha aquilo que tem vindo a ser feito nas últimas semanas por escolas em todo o país.
“Recebemos por parte da direção um sinal de confiança, de segurança, mas, acima de tudo, vimos em cada uma das salas de aula em que entrámos como os alunos e os professores mostraram que era importante voltarem a estar juntos”, descreveu o ministro.
À entrada da secundária de Santa Maria, as setas pintadas no chão assinalam os circuitos de entrada e saída. Dentro das salas, não estão mais de 15 alunos, o que obrigou à divisão das turmas em diferentes turnos, e as aulas decorrem em diferentes blocos da escola.
As mudanças estendem-se a outros espaços da escola: na cantina, por exemplo, o serviço de self-service não vai estar a funcionar e os alunos serão servidos à mesa, para evitar os aglomerados criados pelas filas, e o auditório foi temporariamente transformado em sala de aula.
Tiago Brandão Rodrigues ressalvou ainda que este primeiro dia será sobretudo importante para as escolas testarem a eficácia dos seus planos e fazerem as alterações que, eventualmente, venham a ser necessárias.
“Hoje é o primeiro dia de todo este novo procedimento. As escolas também sabem que este é um dia importante para poderem adaptar-se, para poderem testar tudo aquilo que tinham testado teoricamente e para poderem, acima de tudo, preparar-se para os dias vindouros”, sublinhou.
No entanto, o ministro reafirmou a confiança no trabalho das escolas e na comunidade escolar, que inclui não só direções e docentes, mas também alunos que, afirmou, “são naturalmente exigentes”.
“Nenhum aluno vai permitir, nenhum docente vai permitir, nenhum diretor de escola vai permitir que a escola esteja aberta se não existirem verdadeiramente condições de segurança”, considerou Tiago Brandão Rodrigues.
Até ao final do 3.º período, que este ano termina mais tarde devido à pandemia da covid-19, só os alunos do 11.º e 12.º ano regressam às aulas, para retomar as atividades presenciais das disciplinas sujeitas a exame nacional, mantendo o ensino à distância nas restantes.
Segundo o governante, “pensar que poderíamos estar indefinidamente em casa não era uma solução” e o regresso destes alunos era particularmente importante, por muito bem que esteja a funcionar o ensino à distância.
“Sabemos que a recuperação, no próximo ano, destas disciplinas em concreto não fazia sentido, porque se um aluno vai ter exame de Geometria Descritiva, por exemplo, fazer a aprendizagens no próximo ano não tinha sentido”, explicou o ministro.
Portugal contabiliza 1.231 mortos associados à covid-19 em 29.209 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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