Esta foi a primeira conferência de imprensa de Trump desde que foi anunciada a vitória do candidato democrata e agora Presidente eleito, Joe Biden – de acordo com as previsões feitas por vários órgãos de comunicação social norte-americanos, como, por exemplo, a CNN, o The New York Times, o The Washington Post, entre outros.

Trump falou no Jardim das Rosas da Casa Branca sobre a "Operação Warp Speed", parecia público-privada, iniciada pela administração Trump, para facilitar e acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas, terapêuticas e diagnósticos contra a covid-19.

Durante o seu discurso, Trump aferiu que a operação era de grande escala ("inigualável em qualquer parte do mundo"), alegando que os líderes de outros países tinham entrado em contacto para felicitá-lo pelo projeto.

Depois, falou sobre a situação relativamente à vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer — que dados provisórios indicam que pode ser eficaz em 90% dos casos — que tinha anunciado recentemente que não fazia parte da Operação Warp Speed. Segundo Trump, foi "um erro" de comunicação. Não só faz parte como a sua vacina estaria disponível para a generalidade dos americanos o mais tardar em abril.

"A Pfizer disse que não pertencia à [Operação] Warp Speed, mas isso foi uma representação infeliz. Eles fazem parte [da parceria], foi por isso que lhes demos os 1,95 mil milhões de dólares e foi um erro infeliz quando o disseram”, considerou Trump.

"O mais tardar, em abril [de 2021], a vacina estará disponível para a população em geral", afirmou ainda, salientando que espera que a vacina seja aprovada "muito rapidamente" pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos para começar a sua distribuição.

No entanto, o presidente em exercício disse que a vacina não estaria disponível para os residentes de Nova Iorque, acusando o governador democrata Andrew Cuomo de fazer política ("ele quer demorar o seu tempo com esta vacina").

"Não estará disponível em Nova Iorque até termos autorização para o fazer", concluiu Trump.

Não haverá novo confinamento nos Estados Unidos — pelo menos com a administração Trump

"Idealmente, não iremos para um confinamento, eu não irei para um confinamento, esta administração não irá para um confinamento. Esperançosamente, o que quer que aconteça no futuro, quem sabe que administração será… Acho que o tempo dirá", disse Trump.

Esta declaração levantou à especulação de que poderá ter admitido pela primeira vez a derrota eleitoral — até então colocou sempre em causa os votos e o sistema eleitoral das eleições.

O número de infeções nos Estados Unidos tem vindo a aumentar, superando os 120 mil por dia na última semana. Dois estados, Texas e Califórnia, já ultrapassaram um milhão de casos desde o início da pandemia.

De acordo com o Covid Tracking Project, os EUA registam atualmente um recorde de hospitalizações por todo o país.

Os Estados Unidos são o país com mais mortes provocados pelo novo coronavírus SARS-Cov-2, responsável pela covid-19, e também com mais casos de infeção confirmados.

O Presidente dos Estados, que sempre foi cético em relação ao distanciamento físico e à utilização de máscaras como maneiras de combater a disseminação do novo coronavírus, mudou o discurso e pediu à população para estar "vigilante, principalmente, à medida que o tempo fica mais frio".

Trump finalizou a declaração e afastou-se do púlpito, não permitindo quaisquer questões dos jornalistas.