“Não há estimativas em concreto, mas sabemos que haverá um impacto significativo”, afirmou João Fernandes, considerando que o agravamento das medidas de restrição que o Governo impôs na quinta-feira para a passagem de ano vão impedir "alguma atividade esperada" num quadro mais permissivo.

O presidente da RTA lamentou que a situação epidemiológica “menos gravosa” do Algarve, comparativamente com outras regiões do país, não fosse tida em conta pelo Governo quando, na quinta-feira, agravou as restrições para a passagem de ano, impondo as 23:00 como horário limite para o recolhimento domiciliário no dia 31 e limitando até às 13:00 a circulação na via pública nos dias 01, 02 e 03 de janeiro.

“Tenho a certeza de que haverá muita gente a vir para as suas segundas residências no Algarve, mas [a decisão de agravar as restrições na passagem de ano] terá na atividade turística muito impacto e é um prolongamento de um ano muito difícil”, afirmou.

João Fernandes considerou que, embora a circulação entre concelhos se mantenha igual ao previsto antes do agravamento decidido pelo Governo na quinta-feira, “a impossibilidade de circular na via pública a partir das 13:00 nos dias 01, 02 e 03 também vai limitar o gozo daquilo que no Algarve é uma condição especial, que é o poder andar ao ar livre uma boa parte do dia”.

“Era um ano em que obviamente esta procura era muito importante, a coincidência de o dia 31 ser numa quinta-feira e 01 sexta-feira permitia um fim de semana prolongado, mas estas medidas - que vêm condicionar sobretudo o período do jantar da passagem de ano, das festividades de passagem de ano e do almoço de Ano Novo, bem como a circulação na via pública nos dias seguintes - acabam por ditar uma perda do potencial que tínhamos para este período”, argumentou.

O presidente da RTA ainda esperou que o Governo tivesse tido em conta que o “Algarve tem sido capaz de prevenir e controlar a pandemia”, e "só tem três municípios que não estão em risco moderado” e “nenhum em risco muito elevado ou extremamente elevado” na lista de concelhos de risco reavaliada na quinta-feira, mas acabaram por ser aplicadas as mesmas restrições a todo o território continental português.

“Espera-se é que estas medidas, que agora se tornam mais restritivas, possam salvaguardar um arranque progressivo a partir da Páscoa”, desejou o representante.