Ursula von der Leyen falava em conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro, António Costa, após uma reunião plenária, no Centro Cultural de Belém, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

Para a presidente da Comissão Europeia, a unidade demonstrada pelos Estados-membros no processo de compra das vacinas contra a covid-19 “compensou durante toda a crise” desencadeada pela covid-19.

“Vimos que os países que agiram isolados não tiveram qualquer êxito, enquanto nós, que trabalhámos em conjunto, tivemos mais êxito e mais força, o que não teria sido possível de outra forma”, sublinhou.

A presidente do executivo comunitário considerou que “o processo [de vacinação] tem sido um sucesso”, garantindo que o bloco comunitário vai “manter este rumo”.

Para isso, contudo, convém que os 27 não desrespeitem o acordo firmado anteriormente sobre as negociações paralelas, lembrando que existe uma “base legal muito clara” nesse sentido.

“Essa base legal, que foi acordada pelos 27, diz que não podem ocorrer negociações paralelas nem contratos paralelos, pois não queremos interromper os poderes de negociação de 450 milhões de europeus”, afirmou.

Von der Leyen acrescentou que as próprias empresas farmacêuticas, que estão a receber pedidos de doses de vacinas por todo o mundo, “também não querem fragmentar o campo”, preferindo lidar com o bloco comunitário em conjunto.

Os 27 mandataram em junho a Comissão Europeia para negociar em seu nome a compra de vacinas contra a covid-19, mas nas últimas semanas surgiram notícias de que a Alemanha assinou contratos para 30 milhões de doses adicionais e que Chipre está a negociar com Israel o fornecimento paralelo de vacinas.

Também o Governo húngaro anunciou hoje que vai comprar vacinas da marca chinesa “Sinopharm”, para imunizar cerca de 1,7 milhões de pessoas com mais de 65 anos, tendo criticado a UE pelo ritmo de distribuição das vacinas compradas a nível comunitário.

A Comissão Europeia está hoje em Portugal para a tradicional visita ao país que assume a presidência do Conselho da UE, e que, dada a pandemia de covid-19, se realiza em formato reduzido, com a presidente Ursula von der Leyen a liderar uma delegação que inclui oito comissários, e não a totalidade do executivo comunitário, e com o programa reduzido a um dia, em vez dos habituais dois.