“Conseguimos autorização para contratar 85 novos trabalhadores para a CP”, anunciou o governante, que está a ser hoje ouvido no parlamento, sobre a questão dos salários em atraso nos trabalhadores que asseguram a limpeza dos comboios e das estações ferroviárias, por requerimento do PCP.

De acordo com o relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2020), entregue na segunda-feira à noite, o Ministério das Finanças inscreveu um valor de 1.815 milhões de euros em despesa excecional para 2022, a título de dotações de capital, para a operadora ferroviária. Em 2021, este valor era de 70 milhões de euros.

O ministro das Infraestruturas sublinhou que “felizmente”, no âmbito do Orçamento do Estado, conseguiu-se ‘plafond’ para fazer a atualização salarial na Infraestruturas de Portugal (IP) e na CP.

“Conseguimos margem de manobra para poder sentar com eles e encetar processos de negociação coletiva, tanto na IP como na CP”, afirmou.

Em 28 de setembro, o então presidente da CP, Nuno Freitas, anunciou, numa comunicação enviada aos trabalhadores, que iria abandonar o cargo no final de setembro, três meses antes do final do mandato, após ter pedido à tutela a antecipação da sua saída.

Apesar da saída antecipada de Nuno Freitas, com efeitos em 01 de outubro, o Conselho de Administração “mantém-se em funções”, precisou na referida nota, sendo a liderança da empresa assegurada pelo vice-presidente, Pedro Moreira, “até nova nomeação por parte do Governo”.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação afirmou que a CP perdeu o melhor presidente de sempre, mas disse compreender a saída de Nuno Freitas, alegadamente devido a problemas burocráticos que dificultam a gestão da empresa.

“Nós perdemos hoje o melhor presidente que a CP já teve em toda a sua história. O engenheiro Nuno Freitas estava a liderar uma revolução na CP, a fazer um trabalho extraordinário, a permitir que o Estado poupasse milhões de euros com a recuperação de material que nós estávamos a fazer. É uma grande perda para a CP, uma grande perda para mim, é uma grande perda para o Estado português”, disse, na altura, o ministro Pedro Nuno Santos.

“Eu conheço as razões do engenheiro Nuno Freitas há muito tempo, não são de agora. É muito difícil gerir uma empresa pública com as regras que nós temos. [...] É absolutamente compreensível o desalento do presidente da CP”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 15:33)