Na reunião da Sociedade Norte-americana de Pediatria, em S. Francisco, os investigadores vão apresentar o estudo, divulgado hoje pela Academia Americana de Pediatria, que incluiu 894 crianças entre os seis meses e os dois anos e que foi feito entre 2011 e 2015.
Numa altura em que no mundo inteiro proliferam os “smartphones”, “tablets” e jogos eletrónicos com ecrãs sensíveis ao tato, há crianças que começam a usar esses dispositivos antes de falar, mas a investigação sugere que essas crianças correm um alto risco de atraso na fala.
Aos 18 meses, refere o estudo, 20% das crianças usavam dispositivos de ecrã tátil em média 28 minutos por dia, segundo os pais.
Com base numa ferramenta para analisar atrasos na fala os investigadores concluíram que quanto mais tempo a criança usa o écran tátil mais provável é que tenha atrasos. Por cada aumento de 30 minutos à frente de um desses aparelhos de écran tátil o risco de atraso na fala aumenta 49%, alertam.
A investigação, no entanto, não estabeleceu qualquer relação entre os ecrãs táteis e outros atrasos de comunicação, como interações sociais, linguagem corporal ou gestos.
“Embora as novas diretivas pediátricas sugiram que se limite o tempo de uso desses ecrãs nos bebés e crianças, o uso de 'smartphones' e 'tablets' por parte de crianças tornou-se muito comum. Este é o primeiro estudo a relatar uma ligação entre o uso dos aparelhos de ecrã tátil e um aumento de risco de atraso na fala expressiva”, disse Catherine Birken, investigadora e pediatra.
Os resultados do estudo, disse, apoiam uma recente recomendação da Sociedade Americana de Pediatria de se evitar a utilização de qualquer tipo de ecrã tátil por crianças com menos de 18 meses.
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