“Em caso de catástrofe, o que se pretende é que as pessoas se desloquem àquele ponto e possam receber uma primeira assistência”, sendo depois reencaminhadas para outras estruturas de acolhimento, disse o militar à agência Lusa.
Segundo adiantou, no concelho da Calheta, considerado mais seguro do que o das Velas, centro da crise que se iniciou em 19 de março, estão já instaladas as infraestruturas que permitem prestar apoio médico, assim como as tendas para o descanso de cerca de 100 pessoas e uma cozinha com capacidade para fornecer cerca de 300 refeições.
“Está montado e pronto a operar. Durante os próximos dias será reforçada a sua capacidade com viaturas e está a ser levantada a necessidade de projetarmos outras valências, nomeadamente, o reforço da área da saúde” com mais pessoal e módulos sanitários, referiu o major Romeiro.
De acordo com o militar, na quinta-feira deslocou-se à ilha de São Jorge um destacamento avançado do Comando Operacional dos Açores, que se reuniu com as entidades de Proteção Civil para identificar as capacidades e de que forma as Forças Armadas poderiam contribuir para alojamento temporário de eventuais sinistrados.
Com base nisso, foram projetados, no domingo, através do navio da Marinha “Setúbal”, cerca de 40 militares e todo o material para instalar um Ponto de Reunião e Irradiação de Desalojados (PRID), que “tem única e exclusivamente como objetivo ser uma zona de transição”.
“O objetivo claro é colocar meios no terreno para, em caso de necessidade, serem ativados. O importante é que os meios estejam disponíveis. Esperemos que não sejam usados”, sublinhou.
Composta por cerca de 40 militares do Regimento de Guarnição N.º 1 do Exército, a Operação GAIA de apoio das Forças Armadas à crise sísmica na ilha de São Jorge instalou um PRID, que está preparado para apoiar as entidades locais e regionais no “processamento dos cidadãos que deixaram as suas residências por questões de segurança e em resposta à determinação das autoridades regionais”, adiantou o Estado-Maior-General das Forças Armadas.
A ilha de São Jorge contabilizou mais de 14 mil sismos, cerca de 200 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sísmica, em 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.
O número de sismos registados é mais do dobro do total contabilizado em toda a região autónoma dos Açores durante o ano de 2021.
Cerca de 2.500 pessoas já saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica, das quais 1.500 por via aérea e marítima, e as restantes para o concelho vizinho da Calheta, considerado mais seguro pelos especialistas.
A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.
Segundo os dados provisórios dos Censos 2021, a ilha de São Jorge tem 8.373 habitantes, dos quais 4.936 no concelho das Velas e 3.437 no concelho da Calheta.
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