"Felizmente aí, o senhor primeiro-ministro, que eu critico muitas vezes, tem sabido manter a reforma laboral. Espero que o primeiro-ministro tenha a coragem de manter a legislação laboral tal como ela está, porque é ela que está a permitir criar postos de trabalho e reduzir o desemprego", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu hoje em baixa de 0,2 pontos percentuais a taxa de desemprego de julho para 8,9%, o valor mais baixo desde novembro de 2008, estimando para agosto a manutenção do mesmo valor.
Assunção Cristas, que falava numa ação de campanha para a Câmara de Lisboa, aproveitou para alertar contra eventuais subidas do IRC no próximo Orçamento do Estado.
"Parece-me que é muito mau sinal, numa altura em que o crescimento económico se dá à conta do investimento das empresas privadas, à conta do aumento das exportações, certamente que estar a mexer só se for para baixo, para cumprir o consenso que ele próprio António Costa rompeu", declarou.
A líder centrista reiterou que o CDS irá novamente insistir nessa reforma, que previa que se atingisse 2019 com uma taxa de IRC de 17%.
Sobre a necessidade de compromissos, após as eleições autárquicas de 01 de outubro, defendida pelo Presidente da República, Cristas respondeu que "O CDS tem sempre disponibilidade para ter posições construtivas, mas não tem havido abertura nenhuma por parte do Governo".
"Aqui quem anda mal é o Governo", acusou, ilustrando momentos em que o CDS buscou ativamente consensos com as propostas apresentadas acerca da segurança social, revisão da lei de bases da educação e, ainda na semana passa, o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI).
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou na quinta-feira que espera "que não se entre logo a seguir noutro período eleitoral" após as autárquicas.
"Era bom que houvesse um compasso de espera para que os partidos e os parceiros económicos e sociais pensassem a longo prazo. É a minha velha ideia e o meu permanente apelo a convergências para além das divergências eleitorais. O que eu quero evitar é que depois do dia 01 de outubro se comece logo a pensar nas eleições europeias e nas eleições legislativas de 2019".
O Presidente da República voltou a pedir entendimentos "no domínio social, da saúde, como da segurança social", e insistiu que a redução da dívida pública tem de se tornar um objetivo consensual.
"Demorou muito tempo em Portugal a chegar-se à conclusão de que controlar o défice era bom - achava-se que era uma ideia de outros países", referiu, para completar: "Ganha essa batalha, agora temos outra batalha, que é a batalha do crescimento e do controlo da dívida pública, que é fundamental".
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