“Nós somos favoráveis a um estudo desta matéria, e certamente, se houver redução, tem de haver redução para todo o país, de forma absolutamente equitativa”, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas no final de uma visita a uma escola básica no concelho de Lisboa, onde também é vereadora.

A ideia de transportes públicos mais baratos, nomeadamente na capital do país e no Porto, foi posta na ordem do dia pelo presidente da Câmara de Lisboa e presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina.

Numa entrevista publicada no sábado pelo jornal Expresso, o socialista defendeu que os passes para circular dentro do concelho deveriam ter um teto máximo de 30 euros, valor que subiria para os 40 euros na área metropolitana.

Hoje, o jornal Público escreve que o ministro do Ambiente, que tutela os transportes, está a acompanhar esta matéria mas pretende que a medida seja alargada a todo o país.

“Evidentemente que, havendo margem e possibilidade de reduzir nos passes sociais, e em particular no passe familiar, […] essas medidas devem ser bem estudadas e merecem com certeza a nossa melhor atenção”, disse a presidente do CDS-PP.

Alinhando com o Governo, também a centrista apontou que a medida “tem de ser para todo o país”.

“Tem que se pensar para todo o país, não apenas para Lisboa e para o Porto, que obviamente juntam muitas pessoas mas não esgotam o país, e também se tem de pensar que há zonas do país que não estão cobertas de forma satisfatória por transportes públicos, que as pessoas não têm alternativa nenhuma ao uso do seu próprio automóvel, e que estão a ser muitíssimo penalizadas do ponto de vista fiscal com os aumentos que têm havido para os combustíveis”, acrescentou.

Para a líder do CDS-PP, “quando se pensa só para uma determinada área”, comete-se “um erro muito grande”, que não beneficia “a coesão territorial e a solidariedade entre todos os portugueses”.

“Temos de olhar para todo o país, e certamente que se há possibilidade de baixar o preço dos transportes públicos, nomeadamente na questão de um passe familiar, que nós defendemos no nosso programa para Lisboa, então esse passe familiar tem de ser para todo o país, sem exceção”, salientou.

A centrista recordou também que o CDS já havia proposto à Câmara de Lisboa um desconto nos passes dos alunos entre os 13 e os 23 anos, à semelhança do que já acontece para as crianças mais novas (o passe é gratuito até aos 12 anos) e para os estudantes universitários. Esta moção acabou por ser rejeitada na reunião pública do executivo municipal que decorreu a 28 de março.

“E eu recordo que não é uma medida em vez de outra. Quando falamos, por exemplo, da redução do ISP [Imposto sobre os Produtos Petrolíferos] para garantir que o Governo cumpre com a sua palavra em matéria de neutralidade fiscal, estamos a pensar em todo o país, e a pensar que há uma área muito grande do país que não é coberta suficientemente por transportes públicos, e onde as pessoas não têm alternativa que não seja usar o seu automóvel”, apontou.

Cristas defendeu ainda que “a preocupação do CDS até é discriminar positivamente, beneficiar o interior do país”, e por isso vai levar a votos uma série de medidas no parlamento, entre as quais “a dedução dos montantes pagos com portagens, ou uma redução de 50% do IRS para o interior do país”.