“Amanhã [quinta-feira] vai haver uma Assembleia de Freguesia extraordinária para decidir o que fazer, mas o que posso garantir desde já é que, de uma forma ou de outra, vamos continuar a ter um serviço que tanta falta faz”, disse o presidente da Junta à Lusa.

Jorge Ferreira acrescentou que uma das hipóteses que está em cima da mesa é ser a Junta a assegurar o serviço postal nas suas instalações e com funcionários próprios.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, adiantou também que o município “fará tudo o que estiver ao seu alcance” para que Lousado não perca o serviço dos Correios.

“A Câmara admite fazer um investimento para dotar a freguesia de condições infraestruturais para receber esse serviço na sede da Junta”, referiu.

Paulo Cunha criticou, no entanto, a “tendência” dos CTT para porem nas mãos das autarquias o destino dos postos dos correios e pediu a intervenção do Estado para aferir se a empresa está a cumprir o contrato de prestação daquele serviço público.

Lembrou que antes, no concelho, já aconteceu o mesmo com os postos de Nine, Delães e Riba de Ave, freguesias que só continuaram a dispor do serviço postal graças ao “esforço financeiro” do município e das respetivas juntas de freguesia.

“Isto não pode ser uma tendência”, afirmou Paulo Cunha.

Sublinhou que, “em última instância”, essa será a solução também para Lousado, “com grande esforço do orçamento municipal e com enorme dedicação da Junta de Freguesia”.

“A Câmara e as juntas de freguesia já habituaram os famalicenses que, em última instância, não os deixam sozinhos, isolados”, acrescentou.

Para o presidente da Câmara, “não há nada que justifique” o encerramento do posto de Correios de Lousado, “uma comunidade com vitalidade e com um tecido empresarial muito forte”.

“É uma decisão em contraciclo com aquilo que é o território, o que era suposto era reforçar os serviços públicos”, disse ainda.

Em meados de novembro, os CTT referiram à Lusa a existência de 2.386 postos de CTT em Portugal por onde passam “mais de 100 mil clientes por dia” e que o plano de encerramento fechou 53 lojas até aquele momento.