João Neto realçou à Lusa o "bom nome" e a "força política dentro do Governo" da até agora secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, designada hoje para ministra Cultura, rendendo Luís Filipe Castro Mendes.
"A Cultura precisa de ter força política dentro do Governo, e não apenas ficar com o "ar de simpatia", disse João Neto, referindo que Graça Fonseca "é uma boa executiva que pode trazer uma visão adequada" para a Cultura.
"Este Governo trouxe grandes expectativas para a Cultura, mas foi 'poucachinho'", disse o responsável, referindo a sistemática falta de investimento financeiro.
"Houve sempre falta de dinheiro, mas não se podem gerir museus com base numa política de cativações" financeiras, disse.
A saída de Castro Mendes "não foi nada surpreendente" para a APOM, segundo a qual o ex-ministro, "depois de um grande impasse, só no último amo, de forma acelerada", abordou uma eventual reforma da política de museus, com uma proposta de autonomia, "e aceleradamente não se pode fazer nada bem", disse João Neto.
Castro Mendes foi à Assembleia da República, no início deste mês, explicar uma reforma da autonomia da gestão dos museus e monumentos, que está ainda longe de concluída.
"Estamos num processo de reflexão e a trabalhar há muito tempo para dar mais autonomia a estas unidades orgânicas dentro do quadro legal e financeiro existente. Já ouvimos várias entidades representativas do setor, e o documento ainda não está fechado. Continuamos a receber contributos", disse na altura o ministro, que várias vezes, ao longo do seu mandato, criticou a estrutura da Direção-Geral do Património Cultural, chegando a classificá-la como “disforme”.
O responsável da APOM sublinhou "a experiência" de Graça Fonseca, nomeadamente quando foi vereadora da Câmara de Lisboa.
A atual secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, vai desempenhar as funções de ministra da Cultura, em substituição de Luís Filipe Castro Mendes. No executivo de António Costa, esta é a segunda mudança na pasta da Cultura, depois da saída de João Soares, em abril de 2016.
O primeiro-ministro, António Costa, promoveu hoje a mais abrangente remodelação ministerial do seu Governo, substituindo ministros alvo de contestação pública, casos da Defesa, Saúde e Cultura, ou como menor visibilidade política, designadamente o da Economia.
Estas mudanças no XXI Governo Constitucional foram anunciadas na manhã seguinte à aprovação em Conselho de Ministros da proposta de Orçamento do Estado para 2019 e na véspera da sua entrega no Parlamento.
Em termos de calendário político, a alteração mais profunda no executivo minoritário do PS acontece a um ano do fim da legislatura e da realização de eleições legislativas.
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