Não é só no inverno que há vírus: segundo os especialistas, o verão é mesmo a estação preferida para algumas propagações.

As temperaturas mais altas não só convidam as pessoas a saírem à rua e a conviverem, como o aumento da temperatura e da humidade cria as condições ideias para a transmissão dos vírus.

Por sua vez, é nesta época que a circulação de pessoas aumenta e que muitos saltam de cidade em cidade e de país em país. E não são só os humanos. Os animais também.

Comecemos pelo já habitual covid-19. Entre 24 de junho e 21 de julho deste ano, as infeções por covid-19 aumentaram 30% em todo o mundo, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a registar 186 mil novos casos e mais de 2.800 mortes.

O número, que já é alto, pode não ser real. A OMS alertou para a diminuição da realização de testes de diagnóstico, bem como a ausência de sintomas que reduzem o reconhecimento de uma quantidade de casos de infeção que pode ser significativa.

Durante este período, já 95 países notificaram novas infeções e 35 registaram mortes por covid-19. Ao mesmo tempo foram reportadas mais de 23 mil hospitalizações e mais de 600 internamentos em unidades de cuidados intensivos.

Há cerca de uma semana, a OMS alertou para o aumento de casos de covid-19 em todo o mundo e para o risco do aparecimento de uma variante mais severa.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) tem alertado para o grande aumento dos casos de covid-19 desde que o verão, que traz com ele mais festivais, concertos ou reuniões entre amigos e família, começou. Só nos primeiros dias de julho, e seguindo a tendência que já vinha do mês anterior, foram registados no país quase 2 mil casos de infeção e 28 mortes.

Apesar da forte vacinação realizada, ninguém está prevenido de apanhar a doença. Por isso, neste momento, todo o cuidado é pouco.

As pessoas e... os bichos

No dia de hoje, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou "emergência de saúde pública", o mais alto nível de alerta, face à epidemia do vírus Monkeypox (Mpox), conhecido por “varíola dos macacos”, em vários países do continente africano.

A varíola é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida por contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.

Desde janeiro de 2022, foram registados 38.465 casos em 16 países africanos, com 1.456 mortes, incluindo um aumento de 160% dos casos em 2024 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados publicados na semana passada pelo CDC África.

Mas é só em África?

Em julho de 2022, a OMS declarou alerta máximo em resposta a um surto mundial, mas levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023.

De acordo com os dados disponibilizados pela DGS ao Jornal de Notícias, até ao dia 11 de julho, o surto de varíola dos macacos estava ativo em Portugal, embora com tendência decrescente. Até então, e desde 2022, tinham sido confirmados 1196 casos em solo português (936 em 2022, 246 em 2023 e 14 em 2024).

Já este ano, mais de 16 mil pessoas foram vacinadas contra a monkeypox.

Ainda que, para já, o território nacional não esteja em alerta, há que ter cuidado. Em junho, como noticiou o Diário de Notícias, já circulava em todo o mundo a estirpe "mais perigosa de sempre", que causa lesões em todo o corpo e pode mesmo levar à morte.

Na praia... longe das gaivotas

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alertou hoje para a presença de mais dois casos de Gripe Aviária, detetados em gaivotas nas praias de Espinho, em Aveiro, e nas praias de Vieira de Leiria e Pedrógão, em Leiria.

No início do mês já tinham sido reportados casos em Aveiro e em Faro.

Dado os novos aparecimentos, a DGAV apelo ao reforço das medidas de segurança e vigilância, como a higiene de instalações, equipamentos e materiais e o controlo dos locais onde são mantidas as aves.

A organização apela ainda à identificação de aves doentes ou mortas e à não manipulação das mesmas.

Segundo o Jornal de Notícias, apesar dos casos detetados nestas aves, não foram identificados casos suspeitos de gripe aviária em humanos, em Portugal, ou em aves domésticas.

Desde que cumpra com as regras de precaução, pode disfrutar do seu dia-a-dia sem se preocupar com os animais de duas asas.

Bzzzzz...

Desde o início do ano morreram 8 pessoas pessoas e 69 foram infetadas pelo vírus do Nilo Ocidental (WNV), em países europeus. Até ao final de julho, foram relatados casos de infeções humanas na Grécia (31), Itália (25), Espanha (5), Áustria (2), Hungria (2), Sérvia (2), França (1) e Roménia (1), tendo as mortes sido registadas na Grécia (5), Itália (2) e Espanha (1).

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), o número total de casos notificados este ano “está dentro da faixa esperada", mas “são esperados casos humanos adicionais nas próximas semanas e meses”.

O organismo afirmou que a maioria dos casos em humanos ocorre entre julho e setembro, quando os mosquitos estão ativos, aconselhando as pessoas a usar “repelente, vestir roupas que cubram a maior parte do corpo e a dormir em quartos com rede mosquiteira ou ar condicionado”.

Até 12 de abril só tinham sido detetados 13 casos em cavalos, em Portugal, na região de Lisboa e Alentejo. Já em humanos não foram notificados quaisquer casos.

Embora sem números palpáveis, a possibilidade da multiplicação de casos nas próximas semanas obriga-nos a multiplicar, igualmente, os cuidados.