Rishi Sunak

Colega de Truss no executivo de Boris Johnson, o ex-ministro das Finanças foi derrotado na fase final do processo de eleições internas de um novo líder conservador no início de setembro, decidido pelas bases do partido, mesmo sendo o candidato preferido dos deputados.

O ex-banqueiro bilionário de 42 anos é uma figura tranquilizadora que defende a ortodoxia fiscal.

Durante a campanha em agosto, Sunak alertou, repetidas vezes, que cortes de impostos não financiados piorariam a situação da inflação, no seu nível mais alto em décadas. Além disso, minaria a confiança dos mercados. Os factos provaram que estava certo.

Sunak tem, no entanto, um argumento importante que pesa contra ele: muitos deputados leais a Boris Johnson vêem-no como o traidor, cuja renúncia em julho precipitou a queda do carismático e polémico primeiro-ministro.

Jeremy Hunt

O novo ministro das Finanças emergiu como aquele que tem as rédeas do poder diante do enfraquecimento de Truss, após esta ver-se obrigada a desistir do seu plano económico e nomeá-lo como chefe da pasta.

Foi Hunt que anunciou, esta segunda-feira, a retirada espetacular de quase todas as medidas fiscais de Truss, que tinham causado pânico nos mercados.

Este pouco carismático, mas muito experiente, ex-ministro da Saúde (sob David Cameron e Theresa May) e dos Negócios Estrangeiros (com May), de 55 anos, garantiu em declarações recentes à BBC que, depois de duas tentativas fracassadas de se tornar líder do partido e chefe de governo — em 2019 e em julho deste ano — não pretende participar em novas disputas.

Penny Mordaunt

A ministra encarregada das relações com o Parlamento, que também concorreu em julho com Truss para suceder a Boris Johnson, era a favorita das bases conservadoras, mas foi descartada pelos deputados no último minuto.

Esta carismática ex-ministra da Defesa, de 49 anos, ficou sob os holofotes na segunda-feira, quando compareceu ao Parlamento no lugar de Truss para responder a oposição. Defendeu com desenvoltura a guinada na política económica do governo.

A hipótese de uma candidatura de Mordaunt-Sunak surgiu recentemente, e o jornal conservador "The Times" mencionou, esta terça-feira, conversas não confirmadas nesse sentido.

Boris Johnson

É uma possibilidade que circula na imprensa conservadora há meses: como uma fénix, o polémico Johnson faria o seu retorno, impondo-se como uma escolha óbvia.

A sua vitória esmagadora nas eleições de 2019 deu aos conservadores uma maioria que não viam desde Margaret Thatcher, na década de 1980.

O herói do Brexit tem, contudo, grandes obstáculos a superar. A sua renúncia forçada ao cargo em julho deste ano — após uma multiplicação de escândalos que incluem festas na sede do poder (Downing Street), violando as regras anti-covid — continua fresca. Parte do atual desastre conservador é responsabilidade de Boris.

Além disso, resta saber se Johnson, que agora, aos 58 anos, embarca numa lucrativa carreira como orador público pelo mundo, estaria disposto a reassumir a liderança dois anos antes de eleições legislativas, nas quais as sondagens prometem uma vitória esmagadora da oposição trabalhista.

Ben Wallace

Entre os últimos favoritos está o ministro da Defesa, que tinha decidido não entrar na corrida para se dedicar à segurança do país.

Nos últimos dias, o seu nome surgiu como uma possível figura de unidade do Partido Conservador.

Ben Wallace, de 52 anos, pareceu descartar esse cenário, garantindo ao jornal "The Times", na terça-feira, que quer continuar à frente da pasta da Defesa.

Suela Braverman

Também foi candidata a Downing Street contra Truss.

Ultraconservadora de 42 anos, foi nomeada ministra do Interior por Truss, encarregada em particular da questão da imigração ilegal.

Renunciou na noite de quarta-feira, explicando que tinha cometido o erro de usar o seu e-mail pessoal para enviar documentos oficiais — e que assinou uma demolidora carta de demissão.