A Zero publicou hoje os resultados de um levantamento da origem de hortícolas e frutas consumidos diariamente, concluindo que “há uma oferta de produtos oriundos de países distantes muito além do que é desejável”, quando muitos deles poderiam ser produzidos em Portugal.

Em comunicado, a associação ambientalista explica que, depois deste levantamento, que envolveu a realização de 94 inquéritos em superfícies comerciais de 24 municípios de Portugal continental e Madeira, sobre a origem dos produtos, constatou-se que cerca de 65% dos hortícolas e apenas 50% dos frutos são de produção nacional.

Apesar de reconhecer no caso dos hortícolas um esforço de incentivo, a Zero considera que ainda há muito a fazer para “favorecer a produção nacional”, nomeadamente a nível de produtos de grande consumo, como o tomate, pimento, curgete, cebola e batata, em que menos de 50% tem origem portuguesa.

Ainda assim, dos 19 produtos analisados em 49 inquéritos sobre hortícolas, sete são totalmente produzidos em Portugal, nomeadamente a acelga, coentros, fava, grelos, nabiça, nabo e rabanete.

O cenário das frutas, por outro lado, foi descrito como estando “longe do ideal”. Entre as 13 frutas alvo dos 45 inquéritos, só os morangos e amoras têm origem totalmente portuguesa. Pela negativa, a Zero destaca os casos do limão (24%) e da uva (23%) que considera não serem facilmente explicados, já que “as principais origens destes produtos são países próximos com climas similares, como Espanha e Marrocos”.

No mesmo sentido, as produções insulares de ananás, nos Açores, e de banana, na Madeira, não são beneficiadas pela distribuição nacional, com os números a rondar os 25% e os 27% respetivamente.

Perante este cenário, a Zero relembra que “a produção de alimentos é o setor económico que mais contribui para as alterações climáticas”, representando quase 30% das emissões de gases causadores dos efeitos de estufa, e aconselha a tomada de medidas que invertam o panorama atual.

“Criar mecanismos de discriminação positiva da agricultura de proximidade” e consciencializar as pessoas para a preferência por produtos locais e da época são algumas das propostas definidas pela associação, bem como “eliminar, de forma progressiva, todos os apoios públicos à produção animal e vegetal intensiva” e direcioná-los para a produção biológica.

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