De acordo com especialistas, como revela esta quinta-feira o jornal italiano Il Messaggero, Vladimir Putin poderá avançar para o corte de cabos submarinos, o que provocará um "apagão devastador". Segundo estes analistas de defesa, depois do ataque ao oleoduto Nord Stream, desbloqueou-se "uma nova frente da guerra, demonstrando que a Rússia é capaz de atacar infraestruturas críticas", o que prova que esta poderá ser uma "nova arma" contra o Ocidente.
"Em suma, a guerra do campo de batalha ucraniano está a mover-se para as águas geladas do Mar Báltico e do Oceano Atlântico. Uma guerra diferente, mas capaz de atingir diretamente o coração económico da Europa. Entre os possíveis alvos na mira de Moscovo estão os cabos submarinos na costa irlandesa, por onde passam 97% dos dados da internet europeia todos os dias, além de 10 triliões de dólares em transações financeiras e dados confidenciais", começa por ler-se no jornal, onde também são referidos os efeitos económicos devastadores que este corte provocaria na grande maioria dos países europeus.
"Longos quilómetros, são difíceis de defender, mas têm um valor inestimável: a sua sabotagem teria efeitos devastadores em todo o continente e nas suas respetivas economias. De acordo com um especialista em estratégia militar da Marinha dos EUA, os cabos podem ser atacados pelos submarinos "caçador assassino" de Putin, construídos especificamente para essa tarefa. Esses submarinos seriam equipados com braços robóticos para adulterar ou cortar cabos. Os submarinos espiões Losharik são transportados sob um enorme submarino "navio-mãe" (o Belgorod) e são construídos para esconderem-se no fundo do oceano", lê-se no jornal.
Também já esta semana, na TV estatal russa, um colunista da agência RIA Novosti destacou esta possibilidade. "Se a Rússia decidisse mostrar do que é capaz, escolheria todos os tipos de objetos perto do Reino Unido, incluindo cabos submarinos e os mesmos tubos, gasodutos", salientou Vladimir Kornilov.
Cortes podem derrubar também as redes móveis
Além da internet, e do gás, alguns especialistas destacam também a possibilidade de no inverno poderem existir cortes ou racionamento de energia que poderão derrubar as redes móveis na Europa.
Algumas das autoridades do setor de telecomunicações dizem mesmo temer que um inverno rigoroso coloque a infraestrutura de telecomunicações da Europa à prova, forçando empresas e governos a tentar mitigar o impacto, de acordo com um artigo da Reuters.
"Atualmente, não há sistemas de backup suficientes em muitos países europeus para lidar com cortes generalizados de energia, disseram quatro executivos de telecomunicações, aumentando a perspectiva de quedas de telefones móveis", lê-se no artigo.
Alguns países europeus, como a França, Suécia e Alemanha, estão já a tentar garantir que as comunicações possam continuar mesmo com eventuais cortes de energia. O grande problema são as baterias de reserva instaladas nas antenas móveis, sendo que a Europa tem quase meio milhão de torres de telecomunicações, a maioria com baterias de reserva, mas que duram apenas 30 minutos.
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