“O Governo (alemão) espera que o Governo turco, após uma campanha eleitoral dura, procure manter um diálogo respeitoso com todas as forças políticas e na sociedade”, disse a chanceler, numa curta declaração conjunta com o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel.
Berlim disse “tomar nota” do resultado provisório do voto, em que o “sim” ganhou com 51,37% após a contagem dos boletins de 99,45% das urnas.
O Governo alemão “respeita o direito dos turcos e das turcas a decidir sobre a sua Constituição”, acrescentou Merkel, sublinhando que “o resultado apertado mostra a que ponto a sociedade turca está profundamente dividida”.
“Isto significa uma grande responsabilidade para os dirigentes turcos e para o Presidente Erdogan pessoalmente”, acrescentou a chefe do Governo alemão.
O chefe de Estado turco protagonizou uma violenta campanha verbal contra os dirigentes alemães após a proibição de comícios pró-Erdogan na Alemanha.
Berlin apelou a “discussões políticas o mais depressa possível” com Ancara, tanto ao nível bilateral, como entre as instituições europeias e a Turquia”.
Angela Merkel disse esperar as primeiras avaliações dos observadores da OSCE e do Conselho da Europa sobre o referendo, que deverão ser conhecidas hoje, mas recordou “as sérias dúvidas” manifestadas por aquelas duas instituições sobre o referendo.
A Alemanha acolhe a maior comunidade turca em todo o mundo.
P Presidente turco descreveu no domingo a vitória do “sim” no referendo como uma “decisão histórica” e pediu aos países estrangeiros para “respeitarem o resultado”.
Erdogan considerou que os resultados oficiais demonstram que o referendo destinado a reforçar os poderes presidenciais venceu com uma margem de 1,3 milhões de votos, com uma taxa de participação “de 86 por cento”.
O principal partido da oposição turca pediu, no entanto, a recontagem parcial dos votos expressos no referendo, após denunciar irregularidades no sufrágio.
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