O deputado do Chega à Assembleia Municipal de Lisboa Nuno Pardal foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores, noticiou hoje o Expresso. Em causa esteve um encontro marcado através do Grindr, uma aplicação usada entre homossexuais, e que a vítima é um rapaz de 15 anos.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

Em declarações à agência Lusa, o deputado municipal do Chega confirmou a notícia. “Vou pedir renúncia de mandato, como é óbvio”, afirmou Nuno Pardal, que é também vice-presidente da Distrital de Lisboa do Chega.

A decisão de renúncia de mandato autárquico em Lisboa é, segundo Nuno Pardal, “primeiro de tudo, para preservar a imagem do partido [Chega]”. “E, segundo, para eu tranquilamente poder tratar da minha defesa e demonstrar que estou inocente”, acrescentou.

“A única coisa que lhe posso dizer é que os factos que estão descritos, alguns, ou seja, os mais graves, não correspondem à verdade”, indicou à Lusa o deputado do Chega, recusando adiantar mais detalhes, uma vez que só teve acesso ao processo, incluindo a acusação do MP, na quarta-feira.

O eleito do Chega, porém, assegura: “Neste momento, a acusação, aquilo do qual eu sou acusado não corresponde à verdade”.

Nuno Pardal já contactou com o líder do grupo municipal do Chega, Bruno Mascarenhas, e com a direção nacional do partido, presidida por André Ventura: “Transmiti os factos, como é lógico, e disse o que é que iria fazer”.

A Lusa questionou o grupo municipal do Chega, que remeteu uma posição para a direção nacional do partido.

“Neste momento, o que menos importa é saber se eu continuarei ou não continuarei a ser militante”, apontou Nuno Pardal, referindo que a sua primeira preocupação é preservar o seu núcleo familiar e “tentar demonstrar” a sua inocência.

“Não quero implicar o partido em nada disto, porque isto não é um problema político, é um problema pessoal e, portanto, eu enquanto cidadão tenho logicamente direito à minha defesa e à minha presunção de inocência, principalmente”, declarou.

“O arguido sabia que o assistente tinha 15 anos e era sexualmente inexperiente”, acusa o procurador Manuel dos Santos, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Cascais, citado pelo jornal Expresso, referindo que Nuno Pardal praticou sexo oral com o menor.

Nuno Pardal Ribeiro, de 51 anos, conversou com o jovem através do WhatsApp para combinar o encontro, que veio a acontecer em julho de 2023, junto a uma estação de comboios.

Dali seguiram no carro do dirigente do Chega em direção a um pinhal. O Ministério Público diz que Nuno Pardal Ribeiro perguntou a idade ao rapaz, que não escondeu ser menor de idade. Apesar disso, houve prática de sexo oral "mútuo" e o adolescente recebeu um código através de MbWay para levantar 20 euros.

Os pais denunciaram o caso à Polícia Judiciária após terem visto as mensagens no telemóvel do filho.

* Artigo atualizado às 12h09, para acrescentar reação do dirigente do Chega

* Com LUSA