Na ação, Freixo e o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) citaram um alegado desvio de finalidade na nomeação de Ramagem, publicada hoje no Diário Oficial da União, e pediram uma decisão provisória para suspender a nomeação até ao julgamento da ação.

“Resta claro que a intenção da exoneração do delegado Maurício Valeixo, pela nomeação do delegado Alexandre Ramagem é uma só: obter informações sigilosas, podendo, até, interferir em investigações da Polícia Federal”, argumentou a ação popular.

Alexandre Ramagem é delegado da Polícia Federal desde 2005 e já ocupou diversos cargos dentro da corporação. Em 2018 assumiu a coordenação de segurança da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, tornando-se seu amigo próximo e dos seus filhos.

Freixo e outros membros da oposição tentam impedir a nomeação baseados em informações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que declarou publicamente que Bolsonaro despediu o antigo chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, para interferir politicamente nas investigações realizadas pela corporação.

Após ter lançado estas acusações contra Jair Bolsonaro, Moro anunciou que iria remeter ao Presidente a sua carta de demissão.

A suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública é de que o chefe de Estado do Brasil tentou interferir na Polícia Federal para obter informações sobre investigações sigilosas que envolvem os seus filhos e aliados próximos.

Já Bolsonaro negou que tenha praticado qualquer interferência política naquele órgão e acusou o ex-ministro de o pressionar para ocupar uma cadeira de juiz no Supremo Tribunal Federal (STF), que ficará vaga em novembro.

As declarações de Sergio Moro levaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir uma investigação para apurar as denúncias, já autorizada pelo STF.