Através do Parlamento, Francisco Rocha e Ascenso Simões questionaram o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, sobre “os motivos e fundamentos” que levaram à escolha do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, em Braga, para albergar o denário do Imperador Galba.
“Como é óbvio, são muitas as vozes, que de forma pública têm manifestado incompreensão por esta opção, uma vez que afasta o achado do seu local de origem”, sustentaram os parlamentares, em comunicado.
Em 1958, um trabalho agrícola trouxe à luz do dia um pote de barro com 63 moedas romanas junto ao santuário duriense da Nossa Senhora da Piedade, localizado em Sanfins do Douro, concelho de Alijó.
“Uma dessas moedas é de uma raridade extrema e, por isso, detém um valor extraordinário. Terá sido o seu valor elevado que terá motivado o seu roubo em 1985 desse santuário”, explicaram os deputados.
Segundo os socialistas, esse exemplar, um denário (apelidado de Galba) “parece ser a única moeda sobrevivente de um período especialmente conturbado da história de Roma, que corresponde ao ano de quatro imperadores, entre 68 e 69 depois de Cristo”.
“Este verdadeiro tesouro foi recentemente recuperado em Espanha, graças ao empenho de um académico, Rui Centeno, e também fruto do prontidão e eficácia da Polícia Judiciária”, sublinharam.
Posteriormente, foi noticiado que o seu destino, por proposta da Direção Regional da Cultura do Norte, será o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, em Braga.
“Foram, ou não, consideradas e avaliadas outras alternativas, como por exemplo, o Museu de Numismática de Vila Real ou o Museu do Douro para esse acolhimento”, perguntaram os deputados ao ministro da Cultura.
Os parlamentares questionaram ainda sobre os “motivos que impedem a transferência e integração desse denário invulgar no espólio num destes museus que (…) são as estruturas culturais, com adequadas condições de segurança, mais próximas do seu local de achamento”.
Entretanto, foi também lançada uma petição pública ‘online’, dirigida ao ministro, que reivindica o “depósito do tesouro” do santuário de Nossa Senhora da Piedade no Museu do Douro, “ficando assim na região de origem do achado”, de forma a se “promover uma relação de proximidade entre a população local e o seu património”.
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