Numa nota de imprensa, após uma reunião de deputados sociais-democratas de Viseu, Vila Real, Guarda e Bragança com o presidente da Infraestruturas de Portugal, os parlamentares de Viseu afirmam que no que concerne à autoestrada Viseu - Coimbra “a solução está totalmente ‘descartada’”, segundo a empresa, e que “nem traçado com solução a Sul ou a Norte cumprem as condições para se concretizar o investimento”.
“Já a duplicação do atual traçado do IP3 não será feita na totalidade”, adiantam os parlamentares, referindo haver várias soluções possíveis e cabe ao Governo, liderado pelo socialista António Costa, “decidir a opção a implementar, podendo o investimento ir de 80 milhões de euros a mais de 300 milhões”.
Nesse sentido, perguntam: “Que espera o Governo para fazer o anúncio?”.
“Perante estes factos, concluímos que, para este Governo, não haverá autoestrada Viseu - Coimbra, nem duplicação do IP3”, adiantam os deputados, admitindo que este era o cenário que temiam, mas que não toleram.
De acordo com os sociais-democratas, “esta solução é inaceitável e não resolve o problema de segurança e mobilidade que existe ao nível rodoviário entre Viseu e Coimbra”. Acusam o Governo, mas também aos partidos que o suportam, PS, BE e PCP, de estarem, “uma vez mais, a enganar e a diminuir os viseenses”.
“É uma solução que sabe a ‘poucochinho’ e que rejeitamos perentoriamente. Se não há autoestrada, tem de haver duplicação integral do atual trajeto do IP3. Qualquer solução diferente é paliativa e um logro”, consideram.
Quanto à requalificação da linha ferroviária da Beira Alta, os sociais-democratas adiantam ter sido informados pela Infraestruturas de Portugal da “dificuldade em encontrar projetistas para entregar projetos com qualidade, uma vez que não há tradição em Portugal para realização deste tipo de investimento”.
Porém, “o investimento de mais de 500 milhões de euros já está em curso”, sublinham os deputados, dando como exemplo, entre outros, a “concordância linha da Beira Alta – Linha do Norte”.
“Foi-nos transmitido e garantido que a requalificação integral ficaria completa no final do primeiro semestre de 2022 e que, ao contrário do que informou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, a requalificação não depende das obras na Linha da Beira Baixa”, notam os deputados, que prometem ficar atentos e “aguardar pela reprogramação dos fundos do Portugal 2020 e verificar se há algum desvio de fundos para o Metro de Lisboa, do Porto ou para a linha de Cascais”.
A mesma nota adianta que a ligação ferroviária a Viseu “está em estudo e não é assumida como prioridade, do mesmo modo que a linha Aveiro – Viseu – Salamanca não será concretizada, uma vez que já foi duas vezes rejeitada em Bruxelas”.
“Questionados sobre o plano de investimento de proximidade, não obtivemos qualquer resposta concreta, ficando assim a subentender-se que não há qualquer compromisso de execução do plano de atividades em vigor de acordo com o calendário previsto”, concluem os deputados que prometem questionar o Governo sobre estas matérias.
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