Num comunicado intitulado “Reunir para quê?”, a Associação de Praças refere que na quarta-feira foi convocada para uma reunião, à semelhança da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e a Associação Nacional de Sargentos (ANS) no Ministério da Defesa, na qual foram recebidos pelo secretário de Estado Adjunto e da Defesa, Álvaro Castelo Branco.
“Consideramos uma desconsideração, que não tenhamos sido recebidos pelo ministro da Defesa Nacional, à semelhança do que tem acontecido com outros representantes de trabalhadores, nomeadamente as forças e serviços de segurança que foram recebidos pela ministra da Administração Interna. Exigimos o mesmo tratamento”, criticam no comunicado.
Segundo a Associação de Praças, o secretário de Estado terá dito nesta reunião que queria ouvir os dirigentes militares, tendo a associação respondido que os interessados em ouvir eram os praças, uma vez que foram convocados.
“Importa referir que um mês e meio antes numa reunião com o mesmo secretário de Estado apresentámos o nosso caderno de preocupações e soluções, pelo que não havia nada que podíamos dizer de novo”, escrevem.
De acordo com a associação, o governante “não disse nada de concreto sobre salários e remunerações dos militares, nem a forma como poderá acontecer qualquer melhoria das remunerações”, apelando para que o final de um eventual diploma legislativo não seja acrescentada a frase habitual “foram ouvidas as Associações Profissionais de Militares”.
“A Associação de Praças reiterou o direito que nos assiste para negociar a valorização dos salários e das remunerações com os responsáveis pelo Ministério da Defesa Nacional. Só com essa negociação, com a associação representativa da categoria de Praças das Forças Armadas, é que se poderá falar de um processo negocial. Sem isso, não há qualquer negociação”, sublinham.
Hoje, também a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e a Associação Nacional de Sargentos (ANS) manifestaram desilusão após uma reunião com o secretário de Estado da Defesa sobre remunerações, apelando a uma “verdadeira e legítima ronda de negociações” com o ministro, à semelhança das forças de segurança.
Numa iniciativa em Torres Vedras, o ministro da Defesa, Nuno Melo, disse hoje que poderá haver “muito em breve” atualizações salariais para os militares, a quem pediu para esperarem “uns dias” por resultados, escusando-se a fazer promessas.
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